CARACAS - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que um plano para assassinar o presidente boliviano, Evo Morales, foi descoberto.
Segundo Chávez, Morales telefonou para ele e disse que autoridades bolivianas haviam "descoberto um plano de assassinato". O líder venezuelano afirmou, durante uma transmissão de rádio no domingo, que não entraria em detalhes e que deixaria isso para os funcionários bolivianos.
Morales é um dos vários aliados de esquerda na América Latina que compartilham a posição venezuelana de antagonismo em relação aos Estados Unidos. Chávez disse que pediu a Morales que tomasse cuidado.
Morales tem enfrentado seguidos protestos de opositores, mas obteve uma vitória importante em um referendo para confirmar seu mandato, em agosto.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
sábado, 6 de dezembro de 2008
Na Bolívia, Ingrid Betancourt elogia força política da esquerda de Morales
da Efe, em La Paz
A ex-refém das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Ingrid Betancourt disse neste sábado, em La Paz, que o presidente boliviano, Evo Morales, é um exemplo de que a esquerda pode chegar ao poder pela via democrática.
Betancourt se reuniu com Morales por mais de uma hora no Palácio do Governo de La Paz, em meio a uma viagem que realiza para defender a liberdade de outros reféns das Farc e que inclui uma passagem pelo Brasil.
Martin Alipaz/Efe
Ingrid Betancourt se reúne com Evo Morales e elogia força da esquerda na Bolívia
Ingrid Betancourt se reúne com Evo Morales e elogia força da esquerda na Bolívia
Morales não fez declarações sobre sua reunião com Betancourt, mas o vice-ministro de Coordenação de Movimentos Sociais, Sacha Llorenti, destacou que foi um encontro cordial no qual houve uma discussão sobre a realidade da América Latina.
Em coletiva de imprensa, Betancourt afirmou que há alguns anos ninguém acreditava na América Latina que uma pessoa de origem indígena poderia chegar ao poder.
A ex-candidata presidencial disse ainda que o fato de Morales ter chegado ao poder na Bolívia pela via democrática em meio a dificuldades internas é algo valioso que ela admira.
Morales é um indígena aimara que chegou ao poder em janeiro de 2006 com um alto apoio nas urnas. Seu mandato foi ratificado em agosto passado em referendo.
Betancourt ressaltou que o fato de muitos presidentes da "esquerda revolucionária" terem chegado ao poder na América Latina pelas urnas "é prova indubitável de que as Farc estão equivocadas" em seu país.
"As Farc têm que entender que não há nenhuma justificativa para roubar, matar e seqüestrar para chegar ao poder", disse Betancourt, que frisou que na América Latina fica claro "que se pode ser uma opção de esquerda pela via democrática e ter sucesso".
Já Llorenti afirmou que o presidente Morales considera que a luta política "tem que ser democrática" pelas vias eleitorais e que "de modo algum se pode justificar o levantamento de armas", "nem o seqüestro, nem a extorsão".
A Bolívia é a penúltima etapa da viagem que Betancourt pretende encerrar na Venezuela, antes de retornar à França. A franco-colombiana já encontrou com os presidentes de Equador, Argentina, Chile, Peru e Brasil.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Morales fecha acordo para referendo em janeiro
Governo e oposição bolivianos chegaram a um acordo nesta segunda-feira para realizar o referendo sobre a nova Constituição do país no dia 25 de janeiro.
No acordo, ficou acertada também a antecipação das eleições para presidente, vice-presidente e parlamentares para dezembro de 2009, caso a nova Carta seja ratificada pelo voto popular. Pelo calendário atual, as eleições presidenciais seriam realizadas em dezembro de 2010.
No mesmo dia também serão realizadas eleições nos Departamentos (Estados) de Cochabamba e La Paz - nesses Estados, os governadores foram derrotados no plebiscito realizado em agosto, quando autoridades do Executivo foram ratificadas ou rejeitadas pelo voto popular.
A informação sobre o acordo foi divulgada pelo senador Félix Rojas, líder do partido oficial Movimento ao Socialismo (MAS), no Senado. "Já temos o acordo com a oposição", disse ele após intensas negociações no Congresso.
Sem reeleição
De acordo com a Agência Boliviana de Informação (ABI), o senador da oposição Luis Vásquez, do partido Poder Democrático Social (Podemos), disse que foram feitas modificações no texto original da Constituição que permitiram a convocação do referendo.
De acordo com a agência e rádio Red Erbol, Morales prometeu que não vai disputar a reeleição caso seja novamente eleito presidente em 2009.
Ele também definiu que encurtará seu atual mandato, para que o próximo presidente assuma logo depois das eleições do ano que vem. Originalmente, Morales, que assumiu em 2006, ficaria no cargo até 2011, mas, com o acordo, seu mandato deve durar até o final de 2009.
Um dos entraves para o acordo era a possibilidade que Morales pudesse tentar a reeleição caso seja eleito novamente no ano que vem. Se obtivesse vitória em todas as eleições, ele poderia ficar no cargo até 2019. Com o acordo, ele teria que deixar a Presidência após cumprir um novo mandato de cinco anos.
A nova Constituição manteve o mandato de cinco anos, mas criou a reeleição.
A resistência a abrir mão da reeleição era um dos motivos que estavam travando as negociações desde o fim de semana.
"O presidente recebeu mais de dois terços dos votos (no referendo de agosto) e oferece, generosamente, essa legitimidade das urnas em troca de viabilizar a aprovação da nova Constituição", disse o ministro de Desenvolvimento Rural, Carlos Romero.
O anúncio do acordo foi feito pouco depois de milhares de manifestantes chegarem à Praça Murillo, em frente ao Congresso Nacional para pressionar pela aprovação do referendo. A abertura e o fim da caminhada, que durou uma semana, foi liderada pelo presidente Evo Morales.
Apesar de terem conseguido a aprovação do referendo, líderes dos manifestantes afirmaram que vão "avaliar" o texto que deverá ser aprovado pelos legisladores.
Segundo eles, os parlamentares não tinham "o direito" a modificar o texto da nova Carta.
As declarações sinalizam que o acordo pode não encerrar as tensões no país.
UOL
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Oposição boliviana só fecha acordo se governo rever nova Constituição
Da Agência Brasil
Brasília - A oposição boliviana condicionou um acordo com o governo a mudanças na nova Constituição, aprovada ano passado sem a presença dos oposicionistas, de acordo com Informações da BBC Brasil. O senador do principal partido de oposição na Bolívia, o Podemos, Wálter Guiteras, afirmou que o governo quer discutir apenas o capítulo das autonomias e a oposição quer rever outros nove pontos que consideram “essenciais”. “Não é suficiente, como o governo pretende, discutir apenas o capítulo das autonomias”, disse Guiteras.
Essa nova exigência da oposição surgiu hoje (25) logo depois do reinício das negociações entre oposição e governo, suspensas na segunda-feira (22), quando o presidente boliviano Evo Morales foi a Nova York, Estados Unidos, para participar da reunião da Assembléia Geral das Nações Unidas e também de uma reunião da União das Nações da América do Sul (Unasul).
Entre os pontos que a oposição quer estão as autonomias indígenas, a revisão dos capítulos referentes ao tamanho da terra – que seria ficaria entre 5 e 10 mil hectares –, e a reeleição presidencial.
A nova constituição ainda precisa ser aprovada no Senado boliviano, onde a maioria dos parlamentares é de partidos da oposição. "Não podemos aprovar um pacote constitucional sem discutir seu conteúdo", afirmou o porta-voz dos governadores da oposição, Mario Cossío.
Só depois de a proposta aprovada no Senado é que o referendo poderá ser feito. Só, então, a população vai analisar o novo texto constitucional. Evo Morales declarou esta semana que o Congresso boliviano tem até o dia 15 de outubro para aprovar a nova Constituição e para convocar o referendo.
Brasília - A oposição boliviana condicionou um acordo com o governo a mudanças na nova Constituição, aprovada ano passado sem a presença dos oposicionistas, de acordo com Informações da BBC Brasil. O senador do principal partido de oposição na Bolívia, o Podemos, Wálter Guiteras, afirmou que o governo quer discutir apenas o capítulo das autonomias e a oposição quer rever outros nove pontos que consideram “essenciais”. “Não é suficiente, como o governo pretende, discutir apenas o capítulo das autonomias”, disse Guiteras.
Essa nova exigência da oposição surgiu hoje (25) logo depois do reinício das negociações entre oposição e governo, suspensas na segunda-feira (22), quando o presidente boliviano Evo Morales foi a Nova York, Estados Unidos, para participar da reunião da Assembléia Geral das Nações Unidas e também de uma reunião da União das Nações da América do Sul (Unasul).
Entre os pontos que a oposição quer estão as autonomias indígenas, a revisão dos capítulos referentes ao tamanho da terra – que seria ficaria entre 5 e 10 mil hectares –, e a reeleição presidencial.
A nova constituição ainda precisa ser aprovada no Senado boliviano, onde a maioria dos parlamentares é de partidos da oposição. "Não podemos aprovar um pacote constitucional sem discutir seu conteúdo", afirmou o porta-voz dos governadores da oposição, Mario Cossío.
Só depois de a proposta aprovada no Senado é que o referendo poderá ser feito. Só, então, a população vai analisar o novo texto constitucional. Evo Morales declarou esta semana que o Congresso boliviano tem até o dia 15 de outubro para aprovar a nova Constituição e para convocar o referendo.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Governo e oposição esperam assinar acordo amanhã na Bolívia
da Folha Online
O governo e a oposição autonomista da Bolívia esperam assinar amanhã, em Cochabamba, seu primeiro acordo no marco do processo de diálogo que busca a paz no país, disseram nesta quarta-feira fontes da duas partes.
Em entrevista à televisão estatal boliviana, o vice-ministro de Descentralização, Fabián Yaksic, se mostrou esperançoso que na reunião de amanhã "se alcance a assinatura de um primeiro acordo que marcará a rota crítica" do resto das negociações.
O governador do departamento opositor (Estado) de Santa Cruz, Rubén Costas, disse que os opositores estão "fazendo um esforço de responsabilidade para que se alcance de uma vez por todas a pacificação no país". Para Costas, os governadores opositores querem "um primeiro acordo com tudo o que já foi conversado".
Tanto Yaksic quanto Costas, além dos governadores regionais, se encontrarão amanhã com o presidente boliviano, Evo Morales, que retorna ao país de viajem a Nova York, onde participou da 63ª sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas.
O vice-ministro Yaksic comentou que espera que as duas comissões técnicas que continuam trabalhando terminem hoje o relatório a ser apresentado na reunião de amanhã, prevista para começar às 10h (11h de Brasília).
Para Yaksic, o objetivo das negociações é que antes de 15 de outubro estejam dadas "as melhores condições possíveis para que finalmente o Congresso aprove a lei de convocação" dos referendos para validar o projeto de Constituição proposto pelo governo.
O Executivo e os opositores, com o acompanhamento da comunidade internacional, negociam o reparte das receitas dos hidrocarbonetos entre o Estado e os departamentos, a articulação de um modelo de descentralização autônoma e o projeto de nova Constituição apoiado por Morales.
O diálogo começou na última quinta-feira para pacificar o país depois de violentos confrontos entre opositores e governistas em cinco Estados governadas por opositores a Morales terem deixado ao menos 17 mortos e dezenas de feridos.
Morales agradece Unasul
Morales agradeceu, nesta quarta-feira, aos países da Unasul o apoio dado a seu governo, após uma reunião, em Nova York, na qual um novo encontro foi agendado para dezembro e se decidiu pela instalação de uma comissão investigadora na Bolívia.
Morales disse aos jornalistas, ao final de uma reunião com vários presidentes da União Sul-Americana de Nações (Unasul), que aproveitou o encontro para "agradecer a presidentes e presidentas da América do Sul por sua participação como observadores para buscar soluções pacíficas na Bolívia".
O presidente andino comentou que a situação em seu país, onde seu governo enfrenta dura oposição, "está se resolvendo".
A presidente chilena, Michelle Bachelet, que ocupa a Presidência rotativa da Unasul, convocou a reunião. No final, Bachelet destacou que o grupo resolveu suspender um encontro previsto para outubro e adiá-lo para dezembro. Nesse mês, acontece uma cúpula do Mercosul, na Bahia.
Em separado, Bachelet e Morales afirmaram que, a partir de segunda-feira, será instalada na Bolívia uma comissão encarregada de investigar os violentos confrontos ocorridos no departamento de Pando entre grupos opositores e camponeses partidários do governo, com saldo de pelo menos 17 mortos, dia 11 de setembro.
Com Efe e France Presse
O governo e a oposição autonomista da Bolívia esperam assinar amanhã, em Cochabamba, seu primeiro acordo no marco do processo de diálogo que busca a paz no país, disseram nesta quarta-feira fontes da duas partes.
Em entrevista à televisão estatal boliviana, o vice-ministro de Descentralização, Fabián Yaksic, se mostrou esperançoso que na reunião de amanhã "se alcance a assinatura de um primeiro acordo que marcará a rota crítica" do resto das negociações.
O governador do departamento opositor (Estado) de Santa Cruz, Rubén Costas, disse que os opositores estão "fazendo um esforço de responsabilidade para que se alcance de uma vez por todas a pacificação no país". Para Costas, os governadores opositores querem "um primeiro acordo com tudo o que já foi conversado".
Tanto Yaksic quanto Costas, além dos governadores regionais, se encontrarão amanhã com o presidente boliviano, Evo Morales, que retorna ao país de viajem a Nova York, onde participou da 63ª sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas.
O vice-ministro Yaksic comentou que espera que as duas comissões técnicas que continuam trabalhando terminem hoje o relatório a ser apresentado na reunião de amanhã, prevista para começar às 10h (11h de Brasília).
Para Yaksic, o objetivo das negociações é que antes de 15 de outubro estejam dadas "as melhores condições possíveis para que finalmente o Congresso aprove a lei de convocação" dos referendos para validar o projeto de Constituição proposto pelo governo.
O Executivo e os opositores, com o acompanhamento da comunidade internacional, negociam o reparte das receitas dos hidrocarbonetos entre o Estado e os departamentos, a articulação de um modelo de descentralização autônoma e o projeto de nova Constituição apoiado por Morales.
O diálogo começou na última quinta-feira para pacificar o país depois de violentos confrontos entre opositores e governistas em cinco Estados governadas por opositores a Morales terem deixado ao menos 17 mortos e dezenas de feridos.
Morales agradece Unasul
Morales agradeceu, nesta quarta-feira, aos países da Unasul o apoio dado a seu governo, após uma reunião, em Nova York, na qual um novo encontro foi agendado para dezembro e se decidiu pela instalação de uma comissão investigadora na Bolívia.
Morales disse aos jornalistas, ao final de uma reunião com vários presidentes da União Sul-Americana de Nações (Unasul), que aproveitou o encontro para "agradecer a presidentes e presidentas da América do Sul por sua participação como observadores para buscar soluções pacíficas na Bolívia".
O presidente andino comentou que a situação em seu país, onde seu governo enfrenta dura oposição, "está se resolvendo".
A presidente chilena, Michelle Bachelet, que ocupa a Presidência rotativa da Unasul, convocou a reunião. No final, Bachelet destacou que o grupo resolveu suspender um encontro previsto para outubro e adiá-lo para dezembro. Nesse mês, acontece uma cúpula do Mercosul, na Bahia.
Em separado, Bachelet e Morales afirmaram que, a partir de segunda-feira, será instalada na Bolívia uma comissão encarregada de investigar os violentos confrontos ocorridos no departamento de Pando entre grupos opositores e camponeses partidários do governo, com saldo de pelo menos 17 mortos, dia 11 de setembro.
Com Efe e France Presse
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Evo Morales pede à oposição que assine acordo para pacificar o país
Vladimir Platonow
Enviado especial
Cochabamba (Bolívia) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, fez um apelo à oposição para assine um acordo geral que pacifique o país e ponha fim aos conflitos que tomaram as ruas de diversas cidades há cerca de duas semanas.
Morales disse que, caso o acordo não seja fechado ainda neste domingo (21) ele terá dificuldades para controlar os milhares de camponeses indígenas que marcham em direção a Santa Cruz. A cidade é o centro dos protestos da oposição, que deixaram diversos feridos e ocasionaram a invasão e destruição de órgãos públicos federais.
O presidente disse que não abre mão de convocar o referendo constitucional até o próximo dia 1º, contrariando proposta da oposição de adiar por 30 dias o anúncio.
A consulta aos eleitores está prevista para daqui a três meses, quando os bolivianos vão às urnas para dizer se aprovam ou não a nova Constituição e para definir o tamanho máximo que poderá ter uma propriedade rural: 5 mil ou 10 mil hectares.
Segundo Morales, a questão da reforma agrária é o verdadeiro motivo dos protestos da oposição, que teme perder terras e poder.
Morales cobrou da oposição a desocupação de prédios das instituições federais, invadidos há mais de duas semanas. Dos 50 prédios invadidos, 11 ainda estão em poder dos manifestantes, segundo informou o presidente.
Evo Morales fez as declaração no meio da tarde em entrevista coletiva.
Enviado especial
Cochabamba (Bolívia) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, fez um apelo à oposição para assine um acordo geral que pacifique o país e ponha fim aos conflitos que tomaram as ruas de diversas cidades há cerca de duas semanas.
Morales disse que, caso o acordo não seja fechado ainda neste domingo (21) ele terá dificuldades para controlar os milhares de camponeses indígenas que marcham em direção a Santa Cruz. A cidade é o centro dos protestos da oposição, que deixaram diversos feridos e ocasionaram a invasão e destruição de órgãos públicos federais.
O presidente disse que não abre mão de convocar o referendo constitucional até o próximo dia 1º, contrariando proposta da oposição de adiar por 30 dias o anúncio.
A consulta aos eleitores está prevista para daqui a três meses, quando os bolivianos vão às urnas para dizer se aprovam ou não a nova Constituição e para definir o tamanho máximo que poderá ter uma propriedade rural: 5 mil ou 10 mil hectares.
Segundo Morales, a questão da reforma agrária é o verdadeiro motivo dos protestos da oposição, que teme perder terras e poder.
Morales cobrou da oposição a desocupação de prédios das instituições federais, invadidos há mais de duas semanas. Dos 50 prédios invadidos, 11 ainda estão em poder dos manifestantes, segundo informou o presidente.
Evo Morales fez as declaração no meio da tarde em entrevista coletiva.
domingo, 21 de setembro de 2008
Evo diz que protestos foram organizados por latifundiários contrários à reforma agrária
Vladimir Platonow
Enviado especial
Cochabamba (Bolívia) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse hoje (20) que os latifundiários contrários à realização da reforma agrária estiveram por trás dos protestos que paralisaram estradas, danificaram órgãos públicos e afetaram a distribuição de gás, quase levando o país a um conflito generalizado.
“Sei que por trás desses atos conspiradores e sediciosos estão os latifundiários, que especulam com a terra. Há denúncias de que essas terras foram ganhas indevidamente, distribuídas durante a ditadura militar a familiares. Isso tem que terminar, com o voto do povo boliviano”, disse Evo, em alusão ao referendo popular que vai estabelecer o tamanho máximo de uma propriedade no país: 5 mil ou 10 mil hectares.
Evo reconheceu que haverá dificuldades e resistência por parte dos latifundiários, mas afirmou que o processo pode correr sem violência, apenas usando as regras da política. “Os latifundiários vão resistir, inclusive usando alguns irmãos camponeses indígenas. Mas isso vai acabar. Temos que fazer política, ou fazer o poder político. Com dinheiro, armas e guerra não há futuro. O melhor é fazer políticas econômicas sobre a distribuição de terras”, declarou o presidente boliviano à imprensa, durante um intervalo do terceiro dia de negociações entre governo e governadores de oposição.
A reunião acontece em um hotel na cidade de Cochabamba, com a presença de representações estrangeiras como Organização das Nações Unidas (ONU), União Européia (UE) e Organização dos Estados Americanos (OEA), representada pelo seu secretário-geral, Miguel Insuzia. Também participam, como observadores, membros de sete países da América do Sul, inclusive o Brasil, representado pelo embaixador na Bolívia, Frederico de Araújo, e pelo cônsul em Cochabamba, Álvaro de Oliveira.
Evo agradeceu publicamente a presença desses observadores estrangeiros e disse que ajudariam a sensibilizar a oposição a chegar a um acordo hoje ou, no mais tardar, amanhã (21), já que ele viajará na terça-feira (23) a Nova Iorque para participar da assembléia-geral da ONU.
Enviado especial
Cochabamba (Bolívia) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse hoje (20) que os latifundiários contrários à realização da reforma agrária estiveram por trás dos protestos que paralisaram estradas, danificaram órgãos públicos e afetaram a distribuição de gás, quase levando o país a um conflito generalizado.
“Sei que por trás desses atos conspiradores e sediciosos estão os latifundiários, que especulam com a terra. Há denúncias de que essas terras foram ganhas indevidamente, distribuídas durante a ditadura militar a familiares. Isso tem que terminar, com o voto do povo boliviano”, disse Evo, em alusão ao referendo popular que vai estabelecer o tamanho máximo de uma propriedade no país: 5 mil ou 10 mil hectares.
Evo reconheceu que haverá dificuldades e resistência por parte dos latifundiários, mas afirmou que o processo pode correr sem violência, apenas usando as regras da política. “Os latifundiários vão resistir, inclusive usando alguns irmãos camponeses indígenas. Mas isso vai acabar. Temos que fazer política, ou fazer o poder político. Com dinheiro, armas e guerra não há futuro. O melhor é fazer políticas econômicas sobre a distribuição de terras”, declarou o presidente boliviano à imprensa, durante um intervalo do terceiro dia de negociações entre governo e governadores de oposição.
A reunião acontece em um hotel na cidade de Cochabamba, com a presença de representações estrangeiras como Organização das Nações Unidas (ONU), União Européia (UE) e Organização dos Estados Americanos (OEA), representada pelo seu secretário-geral, Miguel Insuzia. Também participam, como observadores, membros de sete países da América do Sul, inclusive o Brasil, representado pelo embaixador na Bolívia, Frederico de Araújo, e pelo cônsul em Cochabamba, Álvaro de Oliveira.
Evo agradeceu publicamente a presença desses observadores estrangeiros e disse que ajudariam a sensibilizar a oposição a chegar a um acordo hoje ou, no mais tardar, amanhã (21), já que ele viajará na terça-feira (23) a Nova Iorque para participar da assembléia-geral da ONU.
sábado, 20 de setembro de 2008
Brasil militariza fronteira com Bolívia após onda de refugiados vinda de Pando
FABIANO MAISONNAVE
Enviado especial da Folha de S.Paulo a Brasiléia (Acre)
Cinco dias depois de a Bolívia decretar estado de sítio no departamento de Pando, o Exército brasileiro ocupou as duas pontes que ligam Brasiléia e Epitaciolândia, onde se refugiaram dezenas de opositores ao presidente boliviano, Evo Morales, à vizinha Cobija. Ontem, o ministro de Governo, Alfredo Rada, disse que La Paz pediu ao Brasil a expulsão de bolivianos envolvidos nos confrontos da semana passada.
Doze militares fortemente armados chegaram à fronteira na noite de quinta. Na ponte de Brasiléia, onde só se permite a passagem de pedestres, soldados anotam nome, cédula e o destino dos que entram no país.
Em Epitaciolândia, onde há tráfego de veículos, o trabalho de fiscalização é feito pela Polícia Militar. Nesse ponto, o único posto da Receita Federal da região está fechado desde quarta sob a alegação de que não há segurança para funcionar. Assim, todo o processo de importação e exportação está vetado.
Apesar do reforço, os militares não barram a entrada sem documentos, prática comum na região -as três cidades formam a mesma área urbana. Ontem à tarde, por exemplo, dois militares fardados bolivianos cruzaram a ponte para pagar o açougue em Brasiléia.
A militarização do lado brasileiro ocorre no momento em que a situação se acalma na Bolívia. Ontem, a maioria das lojas já estava aberta, e os militares patrulhavam quase todas as ruas. Os postos fronteiriços de Cobija, desertos na semana passada, agora estão sob a guarda permanente do Exército. Mas os serviços migratórios e de aduana seguem suspensos.
Durante toda a tarde, a Folha buscou informações no 4º Batalhão de Infantaria de Selva, responsável pela fronteira, mas não obteve resposta.
À rádio boliviana Erbol Rada disse que pediu ao governo brasileiro a "expulsão de gente considerada delinqüente e que participou de forma direta no massacre de 11 de setembro", no qual ao menos 15 pessoas morreram e 106 estão desaparecidas, segundo dados oficiais.
Enviado especial da Folha de S.Paulo a Brasiléia (Acre)
Cinco dias depois de a Bolívia decretar estado de sítio no departamento de Pando, o Exército brasileiro ocupou as duas pontes que ligam Brasiléia e Epitaciolândia, onde se refugiaram dezenas de opositores ao presidente boliviano, Evo Morales, à vizinha Cobija. Ontem, o ministro de Governo, Alfredo Rada, disse que La Paz pediu ao Brasil a expulsão de bolivianos envolvidos nos confrontos da semana passada.
Doze militares fortemente armados chegaram à fronteira na noite de quinta. Na ponte de Brasiléia, onde só se permite a passagem de pedestres, soldados anotam nome, cédula e o destino dos que entram no país.
Em Epitaciolândia, onde há tráfego de veículos, o trabalho de fiscalização é feito pela Polícia Militar. Nesse ponto, o único posto da Receita Federal da região está fechado desde quarta sob a alegação de que não há segurança para funcionar. Assim, todo o processo de importação e exportação está vetado.
Apesar do reforço, os militares não barram a entrada sem documentos, prática comum na região -as três cidades formam a mesma área urbana. Ontem à tarde, por exemplo, dois militares fardados bolivianos cruzaram a ponte para pagar o açougue em Brasiléia.
A militarização do lado brasileiro ocorre no momento em que a situação se acalma na Bolívia. Ontem, a maioria das lojas já estava aberta, e os militares patrulhavam quase todas as ruas. Os postos fronteiriços de Cobija, desertos na semana passada, agora estão sob a guarda permanente do Exército. Mas os serviços migratórios e de aduana seguem suspensos.
Durante toda a tarde, a Folha buscou informações no 4º Batalhão de Infantaria de Selva, responsável pela fronteira, mas não obteve resposta.
À rádio boliviana Erbol Rada disse que pediu ao governo brasileiro a "expulsão de gente considerada delinqüente e que participou de forma direta no massacre de 11 de setembro", no qual ao menos 15 pessoas morreram e 106 estão desaparecidas, segundo dados oficiais.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Governo e oposição avançam em acordo para solucionar crise política na Bolívia
Cochabamba (Bolívia) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, participa de reunião com representantes internacionais e governadores departamentais
Vladimir Platonow
Enviado especial
Antônio Cruz/ABr
Cochabamba (Bolívia) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, participa de reunião com representantes internacionais e governadores departamentais
Cochabamba (Bolívia) - Depois de quase 18 horas de reunião, lideranças políticas da Bolívia chegaram a um acordo que pode ser o marco de um novo processo institucional no país. Reunidos em Cochabamba, a cerca de 500 quilômetros da capital La Paz, foram estabelecidas na madrugada de hoje (19) as bases de entendimento entre governo e oposição, o que pode por fim a semanas de conflitos, protestos e provocações.
Nesse período, pelos menos 20 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, em choques entre governo e oposição que quase levaram o país a uma escalada de violência generalizada.O encontro contou com a presença do presidente Evo Morales, de ministros de estado, deputados, governadores, diplomatas de sete países, de membros da Organização dos Estados Americanos (OEA), Organização das Nações Unidas (ONU), União Européia (UE) e de religiosos católicos, evangélicos e metodistas. O Brasil esteve representado pelo embaixador na Bolívia, Frederico de Araújo, e pelo cônsul em Cochabamba, Álvaro de Oliveira.O encontro foi considerado positivo pelo governador de Tarija, Mário Rossio, um dos principais negociadores da oposição. “Foi um dia duro, mas faz parte do processo. Temos visões distintas em alguns temas e coincidências em outros. O importante é que nós decidimos instalar o diálogo, que chegou a ficar frágil em alguns momentos, mas começa a amadurecer aos poucos”, afirmou ao término da reunião, por volta das 2h.Os detalhes acertados no encontro também foram passados pelo vice-ministro de Descentralização, Fabian Yassic. Segundo ele, foram definidas três comissões de trabalho, que começam a as atividades no início da tarde de hoje: uma vai se concentrar na questão da distribuição dos lucros da exploração do gás e do petróleo entre governo central e departamentos, outra vai trabalhar a autonomia administrativa dos departamento e mudanças na nova Constituição, e a terceira, um novo pacto institucional.
Yassic afirmou que os entendimentos devem terminar com os bloqueios feitos por indígenas apoiadores de Evo nas principais estradas do país. “Estes avanços que estamos tendo, sem dúvida, vão proporcionar que as medidas de pressão possam ser suspensas”, disse ele, informando também que as últimas instituições públicas que haviam sido invadidas pela oposição já tinham sido entregues. A reunião prossegue pelo menos até amanhã (20), quando novamente terá a presença de Evo Morales, que hoje viaja ao Panamá para receber o título de honoris causa de uma universidade local.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Governo Boliviano diz que 1º dia de diálogo com oposição é "positivo"
da Folha Online
O diálogo na Bolívia entre o presidente, Evo Morales, e os prefeitos (governadores) de oposição avançou de forma "positiva", nesta quinta-feira, primeiro dia de reunião. Porém, os temas mais polêmicos ainda não foram discutidos, disse o porta-voz do governo Iván Canelas, após o fim do encontro em Cochabamba.
Morales propôs nesta quinta-feira a quatro governadores de oposição a suspensão de todas as medidas de pressão, como os bloqueios nas estradas realizados por simpatizantes do governo, de acordo com Canelas.
Arte/Folha Online
Novíssimo mapa Bolívia
O porta-voz afirmou que o presidente lançou uma "nova proposta" às autoridades de Santa Cruz, Beni, Pando e Chuquisaca para selar um acordo que permita colocar a Bolívia em um processo de paz e estabilidade, após três semanas de violência que deixaram ao menos 19 mortos e dezenas de feridos.
"A proposta é liberar todos os bloqueios (de estradas)", disse Canelas, acrescentando que a oferta inclui os bloqueios realizados por simpatizantes do presidente em três rotas vitais de acesso a Santa Cruz de la Sierra, capital de Santa Cruz. O porta-voz afirmou que a medida permitirá a Santa Cruz realizar uma importante feira internacional de empresários.
Segundo Canelas, a proposta ainda não foi aceita pelos governadores.
Nesta quinta, os líderes discutiram sobre as bases do pré-acordo assinado na terça-feira (16), que implica na criação de três comissões para discutir os temas mais polêmicos da política boliviana.
Martin Mejia/AP
O presidente boliviano, Evo Morales (dir.), e o vice, Álvaro Garcia, no encontro de negociação de um acordo de paz com a oposição
O presidente boliviano, Evo Morales (dir.), e o vice, Álvaro Garcia, no encontro de negociação de um acordo de paz com a oposição
O pré-acordo prevê, entre outros pontos, a devolução para os departamentos de oposição do imposto sobre o gás que, desde janeiro passado, o governo federal destina ao pagamento de um benefício para idosos; as autonomias administrativas de Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija; a desocupação de prédios públicos ocupados por manifestantes nesses departamentos; e a investigação da autoria de uma chacina em Pando.
Para a governadora de Chuquisaca, Savina Cuéllar, os diálogos também precisam abordar se a cidade de Sucre deve ser capital plena da Bolívia. Sucre, capital histórica do país, reivindica a sede dos três poderes. Atualmente, abriga apenas o Judiciário, enquanto o Executivo e o Legislativo estão em La Paz.
Instalações tomadas
Os governadores e líderes cívicos que integram a oposição anunciaram nesta quinta que os manifestantes ligados a eles já começaram a desocupar os prédios públicos tomados nas últimas semanas.
Imagens de TVs locais mostraram a retirada de manifestantes de prédios da Empresa Nacional de Telecomunicações (Entel), da Imigração, do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Inra), dos Impostos Nacionais e de terminais de ônibus e trens.
Em Tarija, a maior expectativa é pela entrega de dois campos de produção de petróleo --um deles abastece de gás natural o mercado argentino-- e pela liberação das rodovias, fechadas por bloqueios há mais de 25 dias.
"Os edifícios serão entregues hoje como marco de um pré-acordo com o governo para aliviar a crise política", afirmou o governador de Santa Cruz, Rubén Costas.
O presidente se reuniu nesta quinta em Cochabamaba com quatro governadores rebeldes para alcançar um acordo de longo prazo, com a ajuda de facilitadores da Igreja Católica e delegados diplomáticos da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), União Européia, da OEA (Organização de Estados Americanos) e das Nações Unidas.
Uma declaração emitida pela Unasul na segunda-feira também deu um forte apoio político ao presidente, em meio aos temores de que o confronto pudesse desencadear em um golpe de Estado ou em uma guerra civil no país, dada a polarização entre simpatizantes e contrários ao governo.
Com agências internacionais
Saiba os principais pontos em discussão na Bolívia
da France Presse
Nesta quinta-feira, os governadores de oposição se reuniram com o presidente Evo Morales em busca de uma solução para a séria crise política que se aprofundou nas últimas semanas na Bolívia.
Veja a seguir os principais pontos da discussão entre governo e oposição:
*
- Impostos petroleiros: Cinco departamentos (Estados) consideram que o governo deve restituir aos nove departamentos do país o Imposto Direto dos Hidrocarburetos (IDH) confiscado por Morales para financiar a pensão dos idosos.
- Autonomias regionais: Santa Cruz, Beni, Pando, Chuquisaca e Tarija buscam a formação de governos autônomos de viés liberal que, nas atuais condições é tachado pelo governo de separatismo. Os governadores formam a principal oposição ao governante.
- Nova Constituição: Morales tenta aprovar uma nova Constituição, sua grande propaganda eleitoral, que, para os cinco governadores de oposição, favorece demais os indígenas e tem viés estatizante.
- Autoridades judiciais: Os negociadores discutirão um pacto institucional para a designação via Congresso de cargos vagos no Tribunal Constitucional e na Corte Suprema de Justiça; e para a revisão do padrão eleitoral e da designação das autoridades da Corte Nacional Eleitoral.
- Agenda de diálogo: Nesta quinta-feira se estabeleceu uma mesa de diálogo entre o governo e os governadores oposicionistas (exceto o de Pando, Leopoldo Fernández, que está preso) com uma agenda que busca criar três mesas de trabalho.
- Negociadores: O vice-presidente Alvaro García, dois ministros e dois vice-ministros representam o governo, enquanto a oposição será representada pelos governadores Rubén Costas (Santa Cruz), Mario Cossío (Tarija), Ernesto Suárez (Beni) e Savina Cuellar (Chuquisaca), com suas equipes técnicas. Também participam as autoridades de La Paz, Potosí, Cochabamba e Oruro.
- Facilitadores e testemunhas: O governo e os governadores convidaram a Igreja Católica e delegados diplomáticos da Unasul, União Européia, da OEA (Organização de Estados Americanos) e das Nações Unidas para atuarem como "facilitadores e testemunhas" do diálogo.
- Bloqueios: Camponeses leais ao presidente Morales continuam bloqueando estradas que levam até Santa Cruz de la Sierra, reclamando a desocupação de prédios públicos, tomados na semana passada por grupos civis de oposição.
Nesta quinta-feira, os governadores de oposição se reuniram com o presidente Evo Morales em busca de uma solução para a séria crise política que se aprofundou nas últimas semanas na Bolívia.
Veja a seguir os principais pontos da discussão entre governo e oposição:
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- Impostos petroleiros: Cinco departamentos (Estados) consideram que o governo deve restituir aos nove departamentos do país o Imposto Direto dos Hidrocarburetos (IDH) confiscado por Morales para financiar a pensão dos idosos.
- Autonomias regionais: Santa Cruz, Beni, Pando, Chuquisaca e Tarija buscam a formação de governos autônomos de viés liberal que, nas atuais condições é tachado pelo governo de separatismo. Os governadores formam a principal oposição ao governante.
- Nova Constituição: Morales tenta aprovar uma nova Constituição, sua grande propaganda eleitoral, que, para os cinco governadores de oposição, favorece demais os indígenas e tem viés estatizante.
- Autoridades judiciais: Os negociadores discutirão um pacto institucional para a designação via Congresso de cargos vagos no Tribunal Constitucional e na Corte Suprema de Justiça; e para a revisão do padrão eleitoral e da designação das autoridades da Corte Nacional Eleitoral.
- Agenda de diálogo: Nesta quinta-feira se estabeleceu uma mesa de diálogo entre o governo e os governadores oposicionistas (exceto o de Pando, Leopoldo Fernández, que está preso) com uma agenda que busca criar três mesas de trabalho.
- Negociadores: O vice-presidente Alvaro García, dois ministros e dois vice-ministros representam o governo, enquanto a oposição será representada pelos governadores Rubén Costas (Santa Cruz), Mario Cossío (Tarija), Ernesto Suárez (Beni) e Savina Cuellar (Chuquisaca), com suas equipes técnicas. Também participam as autoridades de La Paz, Potosí, Cochabamba e Oruro.
- Facilitadores e testemunhas: O governo e os governadores convidaram a Igreja Católica e delegados diplomáticos da Unasul, União Européia, da OEA (Organização de Estados Americanos) e das Nações Unidas para atuarem como "facilitadores e testemunhas" do diálogo.
- Bloqueios: Camponeses leais ao presidente Morales continuam bloqueando estradas que levam até Santa Cruz de la Sierra, reclamando a desocupação de prédios públicos, tomados na semana passada por grupos civis de oposição.
Negociações entre governo e oposição na Bolívia começam hoje
Da Agência Brasil
Brasília - O governo do presidente Evo Morales e os governadores da oposição devem se reunir na manhã de hoje (18) na cidade de Cochabamba, no centro do país, para a primeira rodada de negociações para resolver a crise política na Bolívia. As informações são da BBC Brasil.
Morales havia marcado o encontro com a oposição no início da noite de ontem (17), mas a reunião precisou ser adiada por causa das dificuldades de deslocamento dos governadores para a cidade, segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI).
“O Poder Executivo e os governadores vão se reunir para construir um diálogo para a solução dos problemas”, disse o porta-voz da presidência, Iván Canelas.
Morales propôs que a reunião fechada e sem intervalos, até que as partes cheguem a um acordo. Devem participar do encontro os representantes dos departamentos de Tarija, Beni, Santa Cruz e Chuquisaca.
Além deles, participam como testemunhas o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, membros da Igreja Católica, da União Nações Sul-Americanas (Unasul), da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Européia.
A retomada do diálogo foi acertada na noite da última terça-feira (16), quando o porta-voz da oposição e prefeito de Tarija, Mario Cossío, anunciou a assinatura de um pré-acordo com governo.
O documento foi assinado na cidade de Santa Cruz de la Sierra por Cossío, que estava acompanhado pelo governador do Departamento de Santa Cruz, Ruben Costas, e pelo bispo da Igreja Católica Julio Terrazas.
Horas antes, o governador de Pando, Leopoldo Fernández, havia sido preso acusado de ser o mandante da morte de pelo menos 16 pessoas na última quinta-feira (10).
Da Agência Brasil
Brasília - O governo do presidente Evo Morales e os governadores da oposição devem se reunir na manhã de hoje (18) na cidade de Cochabamba, no centro do país, para a primeira rodada de negociações para resolver a crise política na Bolívia. As informações são da BBC Brasil.
Morales havia marcado o encontro com a oposição no início da noite de ontem (17), mas a reunião precisou ser adiada por causa das dificuldades de deslocamento dos governadores para a cidade, segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI).
“O Poder Executivo e os governadores vão se reunir para construir um diálogo para a solução dos problemas”, disse o porta-voz da presidência, Iván Canelas.
Morales propôs que a reunião fechada e sem intervalos, até que as partes cheguem a um acordo. Devem participar do encontro os representantes dos departamentos de Tarija, Beni, Santa Cruz e Chuquisaca.
Além deles, participam como testemunhas o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, membros da Igreja Católica, da União Nações Sul-Americanas (Unasul), da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Européia.
A retomada do diálogo foi acertada na noite da última terça-feira (16), quando o porta-voz da oposição e prefeito de Tarija, Mario Cossío, anunciou a assinatura de um pré-acordo com governo.
O documento foi assinado na cidade de Santa Cruz de la Sierra por Cossío, que estava acompanhado pelo governador do Departamento de Santa Cruz, Ruben Costas, e pelo bispo da Igreja Católica Julio Terrazas.
Horas antes, o governador de Pando, Leopoldo Fernández, havia sido preso acusado de ser o mandante da morte de pelo menos 16 pessoas na última quinta-feira (10).
Brasília - O governo do presidente Evo Morales e os governadores da oposição devem se reunir na manhã de hoje (18) na cidade de Cochabamba, no centro do país, para a primeira rodada de negociações para resolver a crise política na Bolívia. As informações são da BBC Brasil.
Morales havia marcado o encontro com a oposição no início da noite de ontem (17), mas a reunião precisou ser adiada por causa das dificuldades de deslocamento dos governadores para a cidade, segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI).
“O Poder Executivo e os governadores vão se reunir para construir um diálogo para a solução dos problemas”, disse o porta-voz da presidência, Iván Canelas.
Morales propôs que a reunião fechada e sem intervalos, até que as partes cheguem a um acordo. Devem participar do encontro os representantes dos departamentos de Tarija, Beni, Santa Cruz e Chuquisaca.
Além deles, participam como testemunhas o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, membros da Igreja Católica, da União Nações Sul-Americanas (Unasul), da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Européia.
A retomada do diálogo foi acertada na noite da última terça-feira (16), quando o porta-voz da oposição e prefeito de Tarija, Mario Cossío, anunciou a assinatura de um pré-acordo com governo.
O documento foi assinado na cidade de Santa Cruz de la Sierra por Cossío, que estava acompanhado pelo governador do Departamento de Santa Cruz, Ruben Costas, e pelo bispo da Igreja Católica Julio Terrazas.
Horas antes, o governador de Pando, Leopoldo Fernández, havia sido preso acusado de ser o mandante da morte de pelo menos 16 pessoas na última quinta-feira (10).
Da Agência Brasil
Brasília - O governo do presidente Evo Morales e os governadores da oposição devem se reunir na manhã de hoje (18) na cidade de Cochabamba, no centro do país, para a primeira rodada de negociações para resolver a crise política na Bolívia. As informações são da BBC Brasil.
Morales havia marcado o encontro com a oposição no início da noite de ontem (17), mas a reunião precisou ser adiada por causa das dificuldades de deslocamento dos governadores para a cidade, segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI).
“O Poder Executivo e os governadores vão se reunir para construir um diálogo para a solução dos problemas”, disse o porta-voz da presidência, Iván Canelas.
Morales propôs que a reunião fechada e sem intervalos, até que as partes cheguem a um acordo. Devem participar do encontro os representantes dos departamentos de Tarija, Beni, Santa Cruz e Chuquisaca.
Além deles, participam como testemunhas o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, membros da Igreja Católica, da União Nações Sul-Americanas (Unasul), da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Européia.
A retomada do diálogo foi acertada na noite da última terça-feira (16), quando o porta-voz da oposição e prefeito de Tarija, Mario Cossío, anunciou a assinatura de um pré-acordo com governo.
O documento foi assinado na cidade de Santa Cruz de la Sierra por Cossío, que estava acompanhado pelo governador do Departamento de Santa Cruz, Ruben Costas, e pelo bispo da Igreja Católica Julio Terrazas.
Horas antes, o governador de Pando, Leopoldo Fernández, havia sido preso acusado de ser o mandante da morte de pelo menos 16 pessoas na última quinta-feira (10).
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Lula diz que Morales pediu ajuda para equipar Exército e controlar fronteira
EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que recebeu um pedido de cooperação do colega Evo Morales para reforçar o Exército boliviano e a fronteira entre os dois países.
"O Evo Morales perguntou se o Brasil poderia vender alguns caminhões para ele transportar as Forças Armadas", disse Lula, ao sair da cerimônia de assinatura da Lei Geral do Turismo, em Brasília.
Segundo o presidente, foi pedido ao ministro Nelson Jobim (Defesa) que verifique com o Exército brasileiro se a indústria automobilística nacional pode produzir esse tipo de veículo.
Outro pedido foi o trabalho conjunto na fronteira para evitar a entrada de homens armados e traficantes em ambos os países. Nessa semana, Morales disse que pistoleiros brasileiros e peruanos teriam sido contratados para atacar pessoas favoráveis ao seu governo nas regiões que entraram em conflito no país.
Segundo Lula, além dessas questões de consenso, não haverá nenhum tipo de medida por parte do Brasil que possa atingir a soberania do país vizinho.
"O que o Brasil está fazendo é o que todos os países da América do Sul estão, que é ser solidário para o fortalecimento da democracia na Bolívia, ser solidário para o restabelecimento da paz, para depois começar a negociar com todos os setores na normalidade", afirmou Lula.
No início da semana, o presidente do Brasil participou da reunião de emergência da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), no Chile, para discutir a questão dos conflitos internos na Bolívia. A reunião terminou com o apoio ao governo do presidente Morales e a rejeição a qualquer tentativa de golpe civil ou de divisão territorial.
Embaixador americano
Mais cedo nesta quarta, Lula disse em entrevista à TV Brasil que apóia a decisão de Morales de expulsar da Bolívia o embaixador dos Estados Unidos Philip Goldberg. "Se for verdade que o embaixador dos EUA fazia reunião com a oposição do Evo Morales, o Evo está correto de mandá-lo embora."
"Não é de hoje e é famosa a interferência das embaixadas americanas em vários momentos da história do continente americano. Então, eu acho que houve um incidente diplomático, se o embaixador estava tendo ingerência na política lá, o Evo está correto", completou.
Morales expulsou Goldberg há uma semana sob a alegação de que ele dava apoio à oposição da Bolívia por ter interesse nos ideais separatistas do grupo. O processo de expulsão ocorreu em meio a violentos e freqüentes protestos de grupos anti-Morales. O pior deles ocorreria na madrugada seguinte à expulsão, na localidade de El Porvenir, e deixaria ao menos 15 mortos.
"O papel de embaixador não é fazer política dentro do país. Ele está como representante do seu país, em uma relação de Estado com Estado, ele representa o Estado. Aqui no Brasil, uma vez, uma embaixadora americana, em um jornal brasileiro, respondeu uma crítica que eu tinha feito ao Bush. Eu mandei o Celso Amorim chamá-la e dizer que não era admissível ela dar palpite sobre a entrevista do presidente da República", contou Lula.
No caso da Bolívia, a expulsão deu origem a uma crise diplomática. No dia seguinte, os EUA expulsaram o embaixador boliviano Gustavo Guzmán. Por solidariedade a Morales, então, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, expulsou o embaixador dos EUA Patrick Duddy. Mais uma vez os EUA reagiram, expulsando o embaixador venezuelano Bernardo Alvarez.
da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que recebeu um pedido de cooperação do colega Evo Morales para reforçar o Exército boliviano e a fronteira entre os dois países.
"O Evo Morales perguntou se o Brasil poderia vender alguns caminhões para ele transportar as Forças Armadas", disse Lula, ao sair da cerimônia de assinatura da Lei Geral do Turismo, em Brasília.
Segundo o presidente, foi pedido ao ministro Nelson Jobim (Defesa) que verifique com o Exército brasileiro se a indústria automobilística nacional pode produzir esse tipo de veículo.
Outro pedido foi o trabalho conjunto na fronteira para evitar a entrada de homens armados e traficantes em ambos os países. Nessa semana, Morales disse que pistoleiros brasileiros e peruanos teriam sido contratados para atacar pessoas favoráveis ao seu governo nas regiões que entraram em conflito no país.
Segundo Lula, além dessas questões de consenso, não haverá nenhum tipo de medida por parte do Brasil que possa atingir a soberania do país vizinho.
"O que o Brasil está fazendo é o que todos os países da América do Sul estão, que é ser solidário para o fortalecimento da democracia na Bolívia, ser solidário para o restabelecimento da paz, para depois começar a negociar com todos os setores na normalidade", afirmou Lula.
No início da semana, o presidente do Brasil participou da reunião de emergência da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), no Chile, para discutir a questão dos conflitos internos na Bolívia. A reunião terminou com o apoio ao governo do presidente Morales e a rejeição a qualquer tentativa de golpe civil ou de divisão territorial.
Embaixador americano
Mais cedo nesta quarta, Lula disse em entrevista à TV Brasil que apóia a decisão de Morales de expulsar da Bolívia o embaixador dos Estados Unidos Philip Goldberg. "Se for verdade que o embaixador dos EUA fazia reunião com a oposição do Evo Morales, o Evo está correto de mandá-lo embora."
"Não é de hoje e é famosa a interferência das embaixadas americanas em vários momentos da história do continente americano. Então, eu acho que houve um incidente diplomático, se o embaixador estava tendo ingerência na política lá, o Evo está correto", completou.
Morales expulsou Goldberg há uma semana sob a alegação de que ele dava apoio à oposição da Bolívia por ter interesse nos ideais separatistas do grupo. O processo de expulsão ocorreu em meio a violentos e freqüentes protestos de grupos anti-Morales. O pior deles ocorreria na madrugada seguinte à expulsão, na localidade de El Porvenir, e deixaria ao menos 15 mortos.
"O papel de embaixador não é fazer política dentro do país. Ele está como representante do seu país, em uma relação de Estado com Estado, ele representa o Estado. Aqui no Brasil, uma vez, uma embaixadora americana, em um jornal brasileiro, respondeu uma crítica que eu tinha feito ao Bush. Eu mandei o Celso Amorim chamá-la e dizer que não era admissível ela dar palpite sobre a entrevista do presidente da República", contou Lula.
No caso da Bolívia, a expulsão deu origem a uma crise diplomática. No dia seguinte, os EUA expulsaram o embaixador boliviano Gustavo Guzmán. Por solidariedade a Morales, então, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, expulsou o embaixador dos EUA Patrick Duddy. Mais uma vez os EUA reagiram, expulsando o embaixador venezuelano Bernardo Alvarez.
Governadores de oposição aceitam assinar pré-acordo com governo de Evo Morales
Vladimir Platonow
Enviado Especial
Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) - O governador do departamento de Santa Cruz, Rúben Costas, anunciou hoje (16) que fechou um pré-acordo com o governo do presidente Evo Morales, envolvendo a distribuição dos lucros da exploração de gás e petróleo da Bolívia, o financiamento do programa de apoio aos idosos e a desocupação dos prédios públicos invadidos pela oposição.
Antes de anunciar o acordo, no início da noite, Costas leu um comunicado pedindo calma e tranqüilidade à população de Santa Cruz, onde deve chegar amanhã (17) a marcha com cerca de três a quatro mil índios apoiadores de Evo Morales, que saíram do município de Yapacani hoje à tarde.
O governador reiterou para que não sejam aceitas provocações dos indígenas, a fim de que não haja um princípio de violência, que poderia descambar para uma tragédia, assim como aconteceu semana passada no departamento de Pando, onde mais de 30 mortes foram registradas.
“Ao povo cruzenho peço serenidade e tranqüilidade. Não respondam às provocações e ameaças do governo e suas bases. Não se deixem levar pelos gritos de guerra”, disse Costas, que advertiu, porém: “Sou o governador de Santa Cruz e passarão sobre minha cabeça antes que se cometam atropelos contra meu povo”.
Costas concluiu fazendo um forte apelo pela paz, mas sempre lembrando que estariam atentos e prontos a reagir contra violências provocadas pelos índios de Morales. “Peço tranqüilidade e esperança para que não triunfem os demônios da guerra. Estamos alertas contra qualquer ofensiva que possa acender nesta terra a chama da confrontação”, disse.
Por fim, ele jogou a responsabilidade sobre os ombros de Evo Morales se houver continuidade dos enfrentamentos nas ruas: “Os crimes que, porventura, acontecerem, não serão carregados sobre as minhas costas, mas sobre as suas, presidente Morales”.
Enviado Especial
Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) - O governador do departamento de Santa Cruz, Rúben Costas, anunciou hoje (16) que fechou um pré-acordo com o governo do presidente Evo Morales, envolvendo a distribuição dos lucros da exploração de gás e petróleo da Bolívia, o financiamento do programa de apoio aos idosos e a desocupação dos prédios públicos invadidos pela oposição.
Antes de anunciar o acordo, no início da noite, Costas leu um comunicado pedindo calma e tranqüilidade à população de Santa Cruz, onde deve chegar amanhã (17) a marcha com cerca de três a quatro mil índios apoiadores de Evo Morales, que saíram do município de Yapacani hoje à tarde.
O governador reiterou para que não sejam aceitas provocações dos indígenas, a fim de que não haja um princípio de violência, que poderia descambar para uma tragédia, assim como aconteceu semana passada no departamento de Pando, onde mais de 30 mortes foram registradas.
“Ao povo cruzenho peço serenidade e tranqüilidade. Não respondam às provocações e ameaças do governo e suas bases. Não se deixem levar pelos gritos de guerra”, disse Costas, que advertiu, porém: “Sou o governador de Santa Cruz e passarão sobre minha cabeça antes que se cometam atropelos contra meu povo”.
Costas concluiu fazendo um forte apelo pela paz, mas sempre lembrando que estariam atentos e prontos a reagir contra violências provocadas pelos índios de Morales. “Peço tranqüilidade e esperança para que não triunfem os demônios da guerra. Estamos alertas contra qualquer ofensiva que possa acender nesta terra a chama da confrontação”, disse.
Por fim, ele jogou a responsabilidade sobre os ombros de Evo Morales se houver continuidade dos enfrentamentos nas ruas: “Os crimes que, porventura, acontecerem, não serão carregados sobre as minhas costas, mas sobre as suas, presidente Morales”.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Exército da Bolívia prende governador sob acusação de genocídio
Vladimir Platonow
Enviado especial
Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) - O governador do departamento de Pando, Leopoldo Fernández, foi preso na manhã de hoje (16) por militares do Exército da Bolívia. Ele foi detido na sede do governo de Pando e levado para a cidade de La Paz, mas ainda não há confirmação sobre o local onde ficará preso.
Fernández é acusado pelo governo boliviano de genocídio, depois da morte de 30 camponeses nos últimos dias no departamento, que faz fronteira com o Acre, durante manifestações contra o governo de Evo Morales.
A pena prevista para o crime é de 30 anos de reclusão, sem direito a progressão de pena. Leopoldo Fernández teve prisão decretada pelo governo boliviano na noite do último sábado (13). A alegação inicial foi de que o governador oposicionista teria descumprido o estado de sítio em Pando.
Por esse mesmo motivo, outras 11 pessoas ligadas à oposição ao governo de Evo Morales foram presas no departamento.
Em entrevista coletiva concedida pela manhã, o presidente da União Juvenil de Santa Cruz, Anyelo Cespedes, declarou persona non grata o consul da Venezuela no departamento, Luis Oblitas, e deu prazo de 48 horas para ele sair do país, sob pena de ser expulso com uso da violência
Enviado especial
Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) - O governador do departamento de Pando, Leopoldo Fernández, foi preso na manhã de hoje (16) por militares do Exército da Bolívia. Ele foi detido na sede do governo de Pando e levado para a cidade de La Paz, mas ainda não há confirmação sobre o local onde ficará preso.
Fernández é acusado pelo governo boliviano de genocídio, depois da morte de 30 camponeses nos últimos dias no departamento, que faz fronteira com o Acre, durante manifestações contra o governo de Evo Morales.
A pena prevista para o crime é de 30 anos de reclusão, sem direito a progressão de pena. Leopoldo Fernández teve prisão decretada pelo governo boliviano na noite do último sábado (13). A alegação inicial foi de que o governador oposicionista teria descumprido o estado de sítio em Pando.
Por esse mesmo motivo, outras 11 pessoas ligadas à oposição ao governo de Evo Morales foram presas no departamento.
Em entrevista coletiva concedida pela manhã, o presidente da União Juvenil de Santa Cruz, Anyelo Cespedes, declarou persona non grata o consul da Venezuela no departamento, Luis Oblitas, e deu prazo de 48 horas para ele sair do país, sob pena de ser expulso com uso da violência
Lula diz que é preciso rechaçar qualquer tentativa de golpe na Bolívia
Maria Eugênia Castilho
Enviada Especial
Santiago (Chile) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse há pouco, no Palácio de la Moneda, sede do governo chileno, em Santiago do Chile, que é preciso preservar a legitimidade do governo do presidente da Bolívia, Evo Morares. Ele fez a declaração instantes após o final da reunião extraordinária da União de Nações Sul-americanas (Unasul), da qual participaram nove chefes de Estado da região. Durante o encontro, eles discutiram a crise vivida pela Bolívia, onde Morales enfrenta uma forte oposição de governadores que querem mais autonomia.
Ao lembrar que a Bolívia passou recentemente por um referendo, no qual Morales saiu vitorioso, Lula afirmou que é preciso criticar "qualquer tentativa de golpe e de quebra da constitucionalidade" naquele país. "A Bolívia é um país pobre, que precisa de tranqüilidade para se redemocratizar", destacou o presidente brasileiro.
Além da anfitriã, a presidente presidente chilena Michelle Bachelet, e de Lula, particparam da reunião os presidentes Evo Morales (Bolívia), Cristina Kirchner (Argentina), Álvaro Uribe (Colômbia), Rafael Correa (Equador), Fernando Lugo (Paraguai), Tabaré Vázquez (Uruguai) e Hugo Chávez (Venezuela).
Enviada Especial
Santiago (Chile) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse há pouco, no Palácio de la Moneda, sede do governo chileno, em Santiago do Chile, que é preciso preservar a legitimidade do governo do presidente da Bolívia, Evo Morares. Ele fez a declaração instantes após o final da reunião extraordinária da União de Nações Sul-americanas (Unasul), da qual participaram nove chefes de Estado da região. Durante o encontro, eles discutiram a crise vivida pela Bolívia, onde Morales enfrenta uma forte oposição de governadores que querem mais autonomia.
Ao lembrar que a Bolívia passou recentemente por um referendo, no qual Morales saiu vitorioso, Lula afirmou que é preciso criticar "qualquer tentativa de golpe e de quebra da constitucionalidade" naquele país. "A Bolívia é um país pobre, que precisa de tranqüilidade para se redemocratizar", destacou o presidente brasileiro.
Além da anfitriã, a presidente presidente chilena Michelle Bachelet, e de Lula, particparam da reunião os presidentes Evo Morales (Bolívia), Cristina Kirchner (Argentina), Álvaro Uribe (Colômbia), Rafael Correa (Equador), Fernando Lugo (Paraguai), Tabaré Vázquez (Uruguai) e Hugo Chávez (Venezuela).
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Pressão contra golpe na Bolívia
Temendo que o governo Evo Moraes esteja sob grave ameaça, líderes sul-americanos reunidos hoje no Chile para discutir a crise na Bolívia devem evocar uma cláusula que isola política e comercialmente nações que vivam sob ditaduras, na tentativa de minimizar o risco de golpe ou guerra civil no vizinho.
A oposição boliviana suspendeu ontem os bloqueios, mas a tensão segue em Pando, cujo governador teve prisão decretada por La Paz. (págs. 1, 22 e 23)
O Globo - Sinopse Radiobrás
A oposição boliviana suspendeu ontem os bloqueios, mas a tensão segue em Pando, cujo governador teve prisão decretada por La Paz. (págs. 1, 22 e 23)
O Globo - Sinopse Radiobrás
domingo, 14 de setembro de 2008
Bolívia decreta prisão de governador de Pando
Alex Mello - Fm Pan de Aquidauana
O governo da Bolívia anunciou a prisão do governador do Departamento de Pando, Leopoldo Fernández, por desacatar o estado de sítio decretado na quinta-feira após os conflitos de deixaram 30 pessoas mortas e quase uma centena de feridos entre oposicionistas e partidários do presidente Evo Morales.
A prisão não foi ainda confirmada. Um dos relatos que circulam no país afirma que Fernández se refugiou no Brasil. A capital do Departamente de Pando, Cobija, fica próxima à fronteira com o Brasil no Acre.
A detenção é uma das ações no meio da ocupação militar que está acontecendo desde as primeiras horas deste domingo.
Os soldados já estavam no aeroporto, tomado na sexta-feira em choque com opositores que resultou em duas mortes. Mas agora eles estão pelo centro e em várias áreas da cidade amazônica.
Os relatos dão conta que as tropas chegaram em dois aviões Hércules e com quatro tanques. Houve tiroteio com pistoleiros que apóiam o governador local.
O governador Fernández pediu que a população reagisse a tomada militar. "Resistirei" foi a frase que Fernández pronunciou sobre a medida de La Paz, estampada em vários jornais da região. Leia mais Blog do Josias: Petrobras faz estoque de gás e de dutos na Bolivia Governo eleva para cerca de 30 número de mortos no confronto de Pando Dirigente regional acusa presidente da Bolívia de massacre Opositores alertam para ruptura do diálogo se houver "mais uma morte apenas" Opositores a Morales negam usar mercenários na Amazônia boliviana
O estado de sítio determina que não aconteçam reuniões com mais de duas pessoas e há toque de recolher da meia-noite até a manhã - o que não estava acontecendo em Pando. Os militares tentam agora pôr em prática a decisão, afinal, as autoridades locais não a seguiam.
A ação deve complicar ainda mais o diálogo entre o presidente Morales e os governadores oposicionistas. Uma reunião estava marcada para este domingo à tarde, mas os políticos autonomistas afirmaram que se acontecesse uma morte mais romperiam a conversa.
"Antes de ir ou não à reunião em La Paz, queremos viajar a Pando para lhe dar nosso apoio", disse o governador de Santa Cruz, Ruben Costas, principal opositor a Morales. Ele deu a declaração ao lado dos colegas do Departamento de Tarija, Mario Cossío, e de Beni, Ernesto Suárez.
A ordem de prisão foi anuciada pelo ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, na noite de sábado. "Prenderemos Fernández", disse. "A prisão será, mais cedo ou mais tarde, por ele ter violado a Constituição", disse, acusando o político de liderar grupos "paramilitares e mafiosos" que mataram líderes camponeses
O governo da Bolívia anunciou a prisão do governador do Departamento de Pando, Leopoldo Fernández, por desacatar o estado de sítio decretado na quinta-feira após os conflitos de deixaram 30 pessoas mortas e quase uma centena de feridos entre oposicionistas e partidários do presidente Evo Morales.
A prisão não foi ainda confirmada. Um dos relatos que circulam no país afirma que Fernández se refugiou no Brasil. A capital do Departamente de Pando, Cobija, fica próxima à fronteira com o Brasil no Acre.
A detenção é uma das ações no meio da ocupação militar que está acontecendo desde as primeiras horas deste domingo.
Os soldados já estavam no aeroporto, tomado na sexta-feira em choque com opositores que resultou em duas mortes. Mas agora eles estão pelo centro e em várias áreas da cidade amazônica.
Os relatos dão conta que as tropas chegaram em dois aviões Hércules e com quatro tanques. Houve tiroteio com pistoleiros que apóiam o governador local.
O governador Fernández pediu que a população reagisse a tomada militar. "Resistirei" foi a frase que Fernández pronunciou sobre a medida de La Paz, estampada em vários jornais da região. Leia mais Blog do Josias: Petrobras faz estoque de gás e de dutos na Bolivia Governo eleva para cerca de 30 número de mortos no confronto de Pando Dirigente regional acusa presidente da Bolívia de massacre Opositores alertam para ruptura do diálogo se houver "mais uma morte apenas" Opositores a Morales negam usar mercenários na Amazônia boliviana
O estado de sítio determina que não aconteçam reuniões com mais de duas pessoas e há toque de recolher da meia-noite até a manhã - o que não estava acontecendo em Pando. Os militares tentam agora pôr em prática a decisão, afinal, as autoridades locais não a seguiam.
A ação deve complicar ainda mais o diálogo entre o presidente Morales e os governadores oposicionistas. Uma reunião estava marcada para este domingo à tarde, mas os políticos autonomistas afirmaram que se acontecesse uma morte mais romperiam a conversa.
"Antes de ir ou não à reunião em La Paz, queremos viajar a Pando para lhe dar nosso apoio", disse o governador de Santa Cruz, Ruben Costas, principal opositor a Morales. Ele deu a declaração ao lado dos colegas do Departamento de Tarija, Mario Cossío, e de Beni, Ernesto Suárez.
A ordem de prisão foi anuciada pelo ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, na noite de sábado. "Prenderemos Fernández", disse. "A prisão será, mais cedo ou mais tarde, por ele ter violado a Constituição", disse, acusando o político de liderar grupos "paramilitares e mafiosos" que mataram líderes camponeses
sábado, 13 de setembro de 2008
Manchete: Bolívia rejeita mediação brasileira para conflito
Valor Econômico
Uma missão brasileira integrada pelo embaixador Samuel Pinheiro Guimarães e pelo assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, desistiu de viajar ontem à Bolívia depois que o governo do presidente Evo Morales rejeitou a participação do Brasil como mediador na crise política que tem provocado tumultos e destruição no país. Morales sinalizou que não queria se ver forçado pela comitiva a um diálogo com a oposição.
Ontem, pelo segundo dia consecutivo,um trecho de um gasoduto Bolívia-Brasil foi danificado em ataque atribuído pelo governo à oposição. Uma válvula de segurança do duto na região do Chaco foi "manipulada" e o fornecimento de gás ao Brasil foi reduzido à metade. À tarde, a Transierra, consórcio do qual participa a Petrobras, informou que o fluxo já estava normalizado e que apenas os estragos causados na quarta-feira em outro incidente no duto ainda comprometiam o envio de 10% do gás ao Brasil.
O ministro brasileiro das Minas e Energia, Edison Lobão, previu que o fornecimento de gás da Bolívia deve se normalizar em dois ou três dias e informou que o corte no abastecimento foi compensado com a paralisação de uma única termelétrica da Petrobras.
A indústria, no entanto, está preocupada com possíveis cortes. Representantes de grandes empresas, como Aços Villares, Alcoa, Braskem, Fosfertil e Gerdau, pedirão ao governo para participar da elaboração de um plano de contingenciamento de longo prazo para eventuais interrupções no fornecimento. O presidente da Associação dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Ricardo Lima, disse que a preocupação com a Bolívia deixou de ser um fato extraordinário e passou a ser constante.
Pela primeira vez desde que as manifestações contra Morales recrudesceram, choques entre grupos pró e contra o governo provocaram mortes, de quatro pessoas e ferimentos em outras 20 no Departamento de Pando. "Já é quase uma guerra civil de baixa intensidade", disse uma fonte do governo brasileiro ao Valor.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prometeu apoiar Morales militarmente no caso de um golpe de Estado. "Se matarem Evo, acreditem os golpistas, estarão me dando luz verde para apoiar qualquer movimento armado na Bolívia". (págs. 1 e A10).
Uma missão brasileira integrada pelo embaixador Samuel Pinheiro Guimarães e pelo assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, desistiu de viajar ontem à Bolívia depois que o governo do presidente Evo Morales rejeitou a participação do Brasil como mediador na crise política que tem provocado tumultos e destruição no país. Morales sinalizou que não queria se ver forçado pela comitiva a um diálogo com a oposição.
Ontem, pelo segundo dia consecutivo,um trecho de um gasoduto Bolívia-Brasil foi danificado em ataque atribuído pelo governo à oposição. Uma válvula de segurança do duto na região do Chaco foi "manipulada" e o fornecimento de gás ao Brasil foi reduzido à metade. À tarde, a Transierra, consórcio do qual participa a Petrobras, informou que o fluxo já estava normalizado e que apenas os estragos causados na quarta-feira em outro incidente no duto ainda comprometiam o envio de 10% do gás ao Brasil.
O ministro brasileiro das Minas e Energia, Edison Lobão, previu que o fornecimento de gás da Bolívia deve se normalizar em dois ou três dias e informou que o corte no abastecimento foi compensado com a paralisação de uma única termelétrica da Petrobras.
A indústria, no entanto, está preocupada com possíveis cortes. Representantes de grandes empresas, como Aços Villares, Alcoa, Braskem, Fosfertil e Gerdau, pedirão ao governo para participar da elaboração de um plano de contingenciamento de longo prazo para eventuais interrupções no fornecimento. O presidente da Associação dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Ricardo Lima, disse que a preocupação com a Bolívia deixou de ser um fato extraordinário e passou a ser constante.
Pela primeira vez desde que as manifestações contra Morales recrudesceram, choques entre grupos pró e contra o governo provocaram mortes, de quatro pessoas e ferimentos em outras 20 no Departamento de Pando. "Já é quase uma guerra civil de baixa intensidade", disse uma fonte do governo brasileiro ao Valor.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prometeu apoiar Morales militarmente no caso de um golpe de Estado. "Se matarem Evo, acreditem os golpistas, estarão me dando luz verde para apoiar qualquer movimento armado na Bolívia". (págs. 1 e A10).
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Manchete: Bolívia: explosão em gasoduto reduz fornecimento ao Brasil
O Globo
Uma explosão atribuída a um atentado contra um gasoduto na Bolívia, no qual a Petrobras tem participação, já provocou a redução de 13% do envio de gás natural para o Brasil, num dos mais graves episódios da crise que opõe o governo de Evo Morales a Estados autonomistas. A explosão ocorreu perto da cidade de Yacuíba, no Sul da Bolívia, quando manifestantes anti-Morales tetavam sabotar uma válvula do gasoduto, de onde sai a maioria do gás para São Paulo. Segundo o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, a perda para o Brasil deverá ser de cerca de 4 milhões de metros cúbicos por dia, mas não deve haver problemas de abastecimento graças às reservas brasileiras e à adoção de um plano de contingência pela Petrobras. Em meio à crise, Morales ordenou a expulsão do embaixador dos EUA, acusando-o de apoiar a oposição. (págs. 1 e 35 a 37)
Sinopse Radiobrás
Uma explosão atribuída a um atentado contra um gasoduto na Bolívia, no qual a Petrobras tem participação, já provocou a redução de 13% do envio de gás natural para o Brasil, num dos mais graves episódios da crise que opõe o governo de Evo Morales a Estados autonomistas. A explosão ocorreu perto da cidade de Yacuíba, no Sul da Bolívia, quando manifestantes anti-Morales tetavam sabotar uma válvula do gasoduto, de onde sai a maioria do gás para São Paulo. Segundo o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, a perda para o Brasil deverá ser de cerca de 4 milhões de metros cúbicos por dia, mas não deve haver problemas de abastecimento graças às reservas brasileiras e à adoção de um plano de contingência pela Petrobras. Em meio à crise, Morales ordenou a expulsão do embaixador dos EUA, acusando-o de apoiar a oposição. (págs. 1 e 35 a 37)
Sinopse Radiobrás
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Com 75% das mesas apuradas, Morales teve seu mandato confirmado por 65% dos bolivianos
Governadores de oposição a Evo saem após referendo
Agência Estado
Dois governadores de oposição a Evo Morales abandonaram os cargos depois de terem sido derrotados no referendo revogatório de domingo (10), enquanto outros quatro ratificados discutiam qual estratégia adotar para enfrentar o presidente boliviano. O governador de Cochabamba, Manfred Reyes Villa, deixou hoje o cargo para seu vice. O de La Paz, José Luis Paredes, anunciou que deixará a função quando Morales designar seu vice.
Com 75% das mesas apuradas, Morales teve seu mandato confirmado por 65% dos bolivianos, 11 pontos porcentuais a mais do que quando foi eleito. Apesar de o resultado final ainda ser desconhecido, a expectativa é de que o referendo revogatório tenha mudado o equilíbrio de poder na Bolívia. Antes da votação, sete dos nove Estados bolivianos eram controlados pela oposição a Morales. Pelos resultados atuais, as projeções indicam que cinco ficarão com a oposição e quatro, com o governo central.
Reyes Villa vinha questionando a legalidade do referendo e antecipado que resistiria à destituição, mas hoje deixou o cargo disse Jhonny Ferrel, seu principal assistente. As eleições regionais para determinar quem sucederá os governadores revogados pelos eleitores bolivianos ainda não têm data marcada. Enquanto isso, quatro governadores que encaminham suas regiões rumo à autonomia, se reunirão amanhã para avaliar os resultados e definir uma estratégia política, disse o secretário de autonomia da prefeitura (Estado) de Santa Cruz.
Os prefeitos de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija, os mais ferrenhos opositores de Morales, anunciaram que acelerarão os processos de autonomia de suas regiões, qualificados como "ilegais" pelo governo central. Os estatutos de autonomia também foram aprovados no referendo de domingo.
Os quatro, mais a governadora de Chuquisaca, Savina Cuéllar, se reunirão em Santa Cruz. A principal bandeira dos governadores de oposição deve ser a insistência na devolução do Imposto Direto sobre Hidrocarbonetos (IDH) aos Estados.
Atualmente, o governo central boliviano utiliza os recursos arrecadados com a taxa para pagar uma aposentadoria universal a todos os idosos.
Dabdoub insistiu que, se Morales quer abrir uma negociação "sincera" com as regiões "terá que mostrar com atos". E isso, segundo ele, passa por devolver aos Estados o dinheiro hoje utilizado para pagar pensões aos aposentados.
Ainda de acordo com Dabdoub, a negociação precisaria ser feita por com a ajuda de mediadores internacionais porque a oposição "não confia" em Morales.
O presidente da Bolívia anunciou na segunda-feira que convocará um diálogo com todos os setores uma vez que estiverem disponíveis os resultados oficiais do referendo, o que está previsto para a próxima semana
Agência Estado
Dois governadores de oposição a Evo Morales abandonaram os cargos depois de terem sido derrotados no referendo revogatório de domingo (10), enquanto outros quatro ratificados discutiam qual estratégia adotar para enfrentar o presidente boliviano. O governador de Cochabamba, Manfred Reyes Villa, deixou hoje o cargo para seu vice. O de La Paz, José Luis Paredes, anunciou que deixará a função quando Morales designar seu vice.
Com 75% das mesas apuradas, Morales teve seu mandato confirmado por 65% dos bolivianos, 11 pontos porcentuais a mais do que quando foi eleito. Apesar de o resultado final ainda ser desconhecido, a expectativa é de que o referendo revogatório tenha mudado o equilíbrio de poder na Bolívia. Antes da votação, sete dos nove Estados bolivianos eram controlados pela oposição a Morales. Pelos resultados atuais, as projeções indicam que cinco ficarão com a oposição e quatro, com o governo central.
Reyes Villa vinha questionando a legalidade do referendo e antecipado que resistiria à destituição, mas hoje deixou o cargo disse Jhonny Ferrel, seu principal assistente. As eleições regionais para determinar quem sucederá os governadores revogados pelos eleitores bolivianos ainda não têm data marcada. Enquanto isso, quatro governadores que encaminham suas regiões rumo à autonomia, se reunirão amanhã para avaliar os resultados e definir uma estratégia política, disse o secretário de autonomia da prefeitura (Estado) de Santa Cruz.
Os prefeitos de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija, os mais ferrenhos opositores de Morales, anunciaram que acelerarão os processos de autonomia de suas regiões, qualificados como "ilegais" pelo governo central. Os estatutos de autonomia também foram aprovados no referendo de domingo.
Os quatro, mais a governadora de Chuquisaca, Savina Cuéllar, se reunirão em Santa Cruz. A principal bandeira dos governadores de oposição deve ser a insistência na devolução do Imposto Direto sobre Hidrocarbonetos (IDH) aos Estados.
Atualmente, o governo central boliviano utiliza os recursos arrecadados com a taxa para pagar uma aposentadoria universal a todos os idosos.
Dabdoub insistiu que, se Morales quer abrir uma negociação "sincera" com as regiões "terá que mostrar com atos". E isso, segundo ele, passa por devolver aos Estados o dinheiro hoje utilizado para pagar pensões aos aposentados.
Ainda de acordo com Dabdoub, a negociação precisaria ser feita por com a ajuda de mediadores internacionais porque a oposição "não confia" em Morales.
O presidente da Bolívia anunciou na segunda-feira que convocará um diálogo com todos os setores uma vez que estiverem disponíveis os resultados oficiais do referendo, o que está previsto para a próxima semana
Evo Morlaes propõe acordo com oposição após referendo
Três dias depois do referendo revogatório, o presidente da Bolívia, Evo Morales, propôs aos prefeitos (governadores) da oposição medidas para se chegar a um acordo político e financeiro nacional.
Morales e seis dos oito prefeitos tiveram seus mandados ratificados no plebiscito de domingo. As urnas revelaram que o mapa político na Bolívia não foi alterado -como o presidente, os prefeitos da oposição também foram confirmados.
Nesta quarta-feira, numa reunião em La Paz, o líder boliviano sugeriu aos prefeitos ratificados um entendimento a partir dos seguintes pactos: político, com a união das autonomias regionais à nova constituição; fiscal, ligado à distribuição da arrecadação dos hidrocarbonetos, e institucional, para que o Congresso Nacional eleja autoridades judiciais e eleitorais, para os postos hoje vazios. As propostas do governo Morales foram informadas à imprensa pelo ministro da Defesa, Walker San Miguel: "Esperamos resolver, o quanto antes, estas três questões", disse ele. Mais tarde, o prefeito de Tarija, Mario Cossío, que atuou como porta-voz da oposição, disse que as propostas eram "insuficientes". Cossío declarou: "Infelizmente, não chegamos a um acordo nos temas centrais, como a restituição do Imposto Direto aos Hidrocarbonetos (IDH) e a reforma constitucional". Protesto O IDH foi o imposto que levou os quatro prefeitos da oposição - da região conhecida como "meia lua" - a entrar em greve de fome, na semana passada. O protesto foi contra a decisão do governo de usar parte dos recursos deste tributo para pagamento de benefícios a maiores de 60 anos. Apesar das afirmações, segundo as rádios bolivianas, Cossío e os outros prefeitos concordaram que existe o "desejo" de se chegar a um entendimento para dar maior "tranqüilidade" ao país.
A reunião deve continuar nesta quinta-feira, segundo o ministro da Defesa. O encontro, convocado na terça-feira por Morales, foi visto como "positivo" e "conciliador" por diferentes analistas bolivianos. "Eles ainda não se entenderam, mas o fato de estarem dialogando é um grande avanço", disse o analista político Carlos Cordero, que falou de La Paz à Telesul. "O país votou por mudanças em 2005 (quando Morales foi eleito). Em 2006, votou para eleger os constituintes. Mas há oito meses a nova constituição está parada. E temos problemas que afetam todo o país, como a pobreza e a distribuição de renda. Essa reunião agora pode estar mostrando que a Bolívia está amadurecendo", disse o analista. Pesquisas de opinião indicam que os bolivianos querem o "entendimento" entre governo e oposição. "Os bolivianos estão ficando cansados de tanta disputa. Agora é a vez de os políticos se entenderem", disse à BBCBrasil o analista Gonzalo Chávez, da Universidade Católica da Bolívia. Resistência O prefeito de Santa Cruz, Ruben Costas, foi o único que mandou representante à reunião em La Paz e preferiu não comparecer ao encontro com Morales. Costas alegou problemas de saúde provocados pela greve de fome que mantém contra os cortes nos recursos gerados pelos hidrocarbonetos e anunciou, para o ano que vem, a convocação de eleições legislativas e para vice-governador locais. Pela atual constituição da Bolívia, uma república unitária, ele é prefeito, mas prefere ser chamado de "governador" desde a votação do estatuto da autonomia de Santa Cruz, em maio passado. Rica em soja, petróleo e gas, Santa Cruz é o departamento (equivalente a Estado) mais próspero do país. Resultados Na madrugada desta quinta-feira a Agência Boliviana de Informação (ABI) anunciou que o prefeito de Oruro, Alberto Aguilar, do mesmo partido de Morales, foi ratificado no cargo. Aguilar estava entre os que perderiam o posto, segundo pesquisas de boca de urna. No total, dos oito prefeitos, seis foram ratificados e dois da oposição perderam o posto - os de La Paz e de Cochabamba.
Com 96% das urnas apuradas, Morales foi ratificado com 67,77% dos votos.
Quando eleito, em 2005, ele recebeu pouco menos de 54%. Mas a OEA (Organização dos Estados Americanos) observou esta semana que o sistema eleitoral boliviano precisa ser aperfeiçoado. A avaliação foi feita após o referendo.
Da reunião em La Paz, com Morales, participaram os prefeitos de Beni, Ernesto Súarez, Pando, Leopoldo Fernández, Oruro, Potosí, Mario Virreira, Tarija, Cossío, e de Chuquisaca, Savina Cuellar. Ela não participou do referendo porque foi eleita em junho para o cargo.
UOL Celular
Morales e seis dos oito prefeitos tiveram seus mandados ratificados no plebiscito de domingo. As urnas revelaram que o mapa político na Bolívia não foi alterado -como o presidente, os prefeitos da oposição também foram confirmados.
Nesta quarta-feira, numa reunião em La Paz, o líder boliviano sugeriu aos prefeitos ratificados um entendimento a partir dos seguintes pactos: político, com a união das autonomias regionais à nova constituição; fiscal, ligado à distribuição da arrecadação dos hidrocarbonetos, e institucional, para que o Congresso Nacional eleja autoridades judiciais e eleitorais, para os postos hoje vazios. As propostas do governo Morales foram informadas à imprensa pelo ministro da Defesa, Walker San Miguel: "Esperamos resolver, o quanto antes, estas três questões", disse ele. Mais tarde, o prefeito de Tarija, Mario Cossío, que atuou como porta-voz da oposição, disse que as propostas eram "insuficientes". Cossío declarou: "Infelizmente, não chegamos a um acordo nos temas centrais, como a restituição do Imposto Direto aos Hidrocarbonetos (IDH) e a reforma constitucional". Protesto O IDH foi o imposto que levou os quatro prefeitos da oposição - da região conhecida como "meia lua" - a entrar em greve de fome, na semana passada. O protesto foi contra a decisão do governo de usar parte dos recursos deste tributo para pagamento de benefícios a maiores de 60 anos. Apesar das afirmações, segundo as rádios bolivianas, Cossío e os outros prefeitos concordaram que existe o "desejo" de se chegar a um entendimento para dar maior "tranqüilidade" ao país.
A reunião deve continuar nesta quinta-feira, segundo o ministro da Defesa. O encontro, convocado na terça-feira por Morales, foi visto como "positivo" e "conciliador" por diferentes analistas bolivianos. "Eles ainda não se entenderam, mas o fato de estarem dialogando é um grande avanço", disse o analista político Carlos Cordero, que falou de La Paz à Telesul. "O país votou por mudanças em 2005 (quando Morales foi eleito). Em 2006, votou para eleger os constituintes. Mas há oito meses a nova constituição está parada. E temos problemas que afetam todo o país, como a pobreza e a distribuição de renda. Essa reunião agora pode estar mostrando que a Bolívia está amadurecendo", disse o analista. Pesquisas de opinião indicam que os bolivianos querem o "entendimento" entre governo e oposição. "Os bolivianos estão ficando cansados de tanta disputa. Agora é a vez de os políticos se entenderem", disse à BBCBrasil o analista Gonzalo Chávez, da Universidade Católica da Bolívia. Resistência O prefeito de Santa Cruz, Ruben Costas, foi o único que mandou representante à reunião em La Paz e preferiu não comparecer ao encontro com Morales. Costas alegou problemas de saúde provocados pela greve de fome que mantém contra os cortes nos recursos gerados pelos hidrocarbonetos e anunciou, para o ano que vem, a convocação de eleições legislativas e para vice-governador locais. Pela atual constituição da Bolívia, uma república unitária, ele é prefeito, mas prefere ser chamado de "governador" desde a votação do estatuto da autonomia de Santa Cruz, em maio passado. Rica em soja, petróleo e gas, Santa Cruz é o departamento (equivalente a Estado) mais próspero do país. Resultados Na madrugada desta quinta-feira a Agência Boliviana de Informação (ABI) anunciou que o prefeito de Oruro, Alberto Aguilar, do mesmo partido de Morales, foi ratificado no cargo. Aguilar estava entre os que perderiam o posto, segundo pesquisas de boca de urna. No total, dos oito prefeitos, seis foram ratificados e dois da oposição perderam o posto - os de La Paz e de Cochabamba.
Com 96% das urnas apuradas, Morales foi ratificado com 67,77% dos votos.
Quando eleito, em 2005, ele recebeu pouco menos de 54%. Mas a OEA (Organização dos Estados Americanos) observou esta semana que o sistema eleitoral boliviano precisa ser aperfeiçoado. A avaliação foi feita após o referendo.
Da reunião em La Paz, com Morales, participaram os prefeitos de Beni, Ernesto Súarez, Pando, Leopoldo Fernández, Oruro, Potosí, Mario Virreira, Tarija, Cossío, e de Chuquisaca, Savina Cuellar. Ela não participou do referendo porque foi eleita em junho para o cargo.
UOL Celular
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Morales tem 52% de apoio em referendo, aponta apuração parcial
Efe, em La Paz
O presidente da Bolívia, Evo Morales, obteve 52% de apoio no referendo do último domingo com 23% dos votos apurados, segundo as primeiras parciais da Corte Nacional Eleitoral (CNE).
Morales e seu vice-presidente, Álvaro García Linera, receberam 394.376 votos, em comparação aos 363.341 votos contrários (47,9%) quando já foram computados 811.645 votos, informou a CNE.
A administração eleitoral boliviana informou que a conclusão da apuração oficial dos votos deve acontecer entre sete e dez dias.
As pesquisas de boca de urna divulgadas neste domingo deram a Morales um apoio de cerca de 63%.
Os números oficiais da CNE divulgados nesta segunda-feira também confirmam que os cargos do governador regional opositor de La Paz, José Luis Paredes, e do governista de Oruro, Alberto Aguilar, foram revocados.
Segundo os dados já apurados, 52,2% dos eleitores de La Paz --equivalente a 102.319 votos-- votaram contra a continuidade de Paredes.
No caso de Oruro, a rejeição ao governador regional Alberto Aguilar está em 61,6% do eleitorado, o equivalente a 28.517 votos.
Em Cochabamba, após a apuração de 12% dos votos, o governador regional Manfred Reyes Villa recebeu 55,3% dos votos a favor e 44,6% dos votos contra.
No entanto, estas informações parciais correspondem à cidade de Cochabamba e resta apurar a votação da área rural, onde a maior parte dos eleitores é favorável a Morales, o que poderia mudar a situação deste governador regional, que as pesquisas dão como revocado.
As pesquisas indicam hoje que os votos contrários a Reyes Villa ficaram entre 60,7% e 62,4%.
Segundo o relatório da entidade eleitoral, com cerca de 25% das mesas apuradas, o governador regional governista de Potosí, Mario Virreira, teve seu mandato ratificado com 60% de apoio.
Já seu colega opositor de Tarija --Mario Cossío-- conseguiu 65% dos votos, o de Santa Cruz --Rubén Costas-- 69,5%, o de Beni --Ernesto Suárez-- 67% e o de Pando --Leopoldo Fernández-- 66%.
Nestes casos, a apuração oficial de votos fica entre 25% e 30% do total das mesas eleitorais.
Os últimos quatro governadores regionais são os mais ferrenhos opositores regionais de Morales e lideram um plano autonomista que se opõe ao projeto de refundação constitucional liderado pelo líder esquerdista.
Agradecimento
Em declaração divulgada do Palácio do Governo, em La Paz (capital), Morales agradeceu e destacou seu apoio e respeito aos governadores que tiveram mandatos submetidos à consulta popular.
"Respeitaremos a legitimidade que os governadores regionais ratificados têm", disse Morales. Além disso, o presidente convocou os outros governadores para trabalhar "de maneira conjunta" a fim de garantir a unidade e a identidade da Bolívia.
Perante uma multidão reunida na Praça Murillo, Morales agradeceu o voto da população e declarou que agora pode "avançar com a recuperação de nossas fontes naturais, a consolidação da nacionalização, e a tomada estatal das empresas".
O referendo de revogação realizado hoje na Bolívia representa um ponto de inflexão na grave crise do país, caracterizada pela luta entre o projeto constitucionalista de Morales e o plano autonomista empreendido por vários governadores opositores à margem do governo e o Congresso Nacional.
Morales, que assumiu em janeiro de 2006, tinha convocado o referendo para aceitar um desafio lançado pela oposição, que tem bloqueado seu plano de instaurar uma Constituição socialista.
O presidente também os convidou a trabalhar junto com o governo para conseguir o objetivo de acabar com a extrema pobreza da Bolívia. O país é um dos mais pobres do continente.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, obteve 52% de apoio no referendo do último domingo com 23% dos votos apurados, segundo as primeiras parciais da Corte Nacional Eleitoral (CNE).
Morales e seu vice-presidente, Álvaro García Linera, receberam 394.376 votos, em comparação aos 363.341 votos contrários (47,9%) quando já foram computados 811.645 votos, informou a CNE.
A administração eleitoral boliviana informou que a conclusão da apuração oficial dos votos deve acontecer entre sete e dez dias.
As pesquisas de boca de urna divulgadas neste domingo deram a Morales um apoio de cerca de 63%.
Os números oficiais da CNE divulgados nesta segunda-feira também confirmam que os cargos do governador regional opositor de La Paz, José Luis Paredes, e do governista de Oruro, Alberto Aguilar, foram revocados.
Segundo os dados já apurados, 52,2% dos eleitores de La Paz --equivalente a 102.319 votos-- votaram contra a continuidade de Paredes.
No caso de Oruro, a rejeição ao governador regional Alberto Aguilar está em 61,6% do eleitorado, o equivalente a 28.517 votos.
Em Cochabamba, após a apuração de 12% dos votos, o governador regional Manfred Reyes Villa recebeu 55,3% dos votos a favor e 44,6% dos votos contra.
No entanto, estas informações parciais correspondem à cidade de Cochabamba e resta apurar a votação da área rural, onde a maior parte dos eleitores é favorável a Morales, o que poderia mudar a situação deste governador regional, que as pesquisas dão como revocado.
As pesquisas indicam hoje que os votos contrários a Reyes Villa ficaram entre 60,7% e 62,4%.
Segundo o relatório da entidade eleitoral, com cerca de 25% das mesas apuradas, o governador regional governista de Potosí, Mario Virreira, teve seu mandato ratificado com 60% de apoio.
Já seu colega opositor de Tarija --Mario Cossío-- conseguiu 65% dos votos, o de Santa Cruz --Rubén Costas-- 69,5%, o de Beni --Ernesto Suárez-- 67% e o de Pando --Leopoldo Fernández-- 66%.
Nestes casos, a apuração oficial de votos fica entre 25% e 30% do total das mesas eleitorais.
Os últimos quatro governadores regionais são os mais ferrenhos opositores regionais de Morales e lideram um plano autonomista que se opõe ao projeto de refundação constitucional liderado pelo líder esquerdista.
Agradecimento
Em declaração divulgada do Palácio do Governo, em La Paz (capital), Morales agradeceu e destacou seu apoio e respeito aos governadores que tiveram mandatos submetidos à consulta popular.
"Respeitaremos a legitimidade que os governadores regionais ratificados têm", disse Morales. Além disso, o presidente convocou os outros governadores para trabalhar "de maneira conjunta" a fim de garantir a unidade e a identidade da Bolívia.
Perante uma multidão reunida na Praça Murillo, Morales agradeceu o voto da população e declarou que agora pode "avançar com a recuperação de nossas fontes naturais, a consolidação da nacionalização, e a tomada estatal das empresas".
O referendo de revogação realizado hoje na Bolívia representa um ponto de inflexão na grave crise do país, caracterizada pela luta entre o projeto constitucionalista de Morales e o plano autonomista empreendido por vários governadores opositores à margem do governo e o Congresso Nacional.
Morales, que assumiu em janeiro de 2006, tinha convocado o referendo para aceitar um desafio lançado pela oposição, que tem bloqueado seu plano de instaurar uma Constituição socialista.
O presidente também os convidou a trabalhar junto com o governo para conseguir o objetivo de acabar com a extrema pobreza da Bolívia. O país é um dos mais pobres do continente.
domingo, 10 de agosto de 2008
Pesquisas apontam que referendo ratificou Morales na Presidência
La Paz, 10 ago (EFE).- O presidente Evo Morales foi ratificado no referendo sobre mandatos realizado hoje na Bolívia, segundo as enquetes divulgadas pela imprensa, que apontam o líder com um apoio de entre 56,7% e 60,1%.
UOL Celular
UOL Celular
Termina votação do referendo na Bolívia
LA PAZ, 10 Ago 2008 (AFP) - As seções eleitorais bolivianas fecharam as portas, neste domingo, às 16h (17h de Brasília), dia do referendo revogatório, que transcorreu com relativa calma e pelo qual o presidente Evo Morales põe seu mandato em jogo, assim como o de seu vice-presidente e os de oito governadores.
Morales deve ser ratificado no cargo, do mesmo modo que vários dos governadores da oposição, entre eles o de Santa Cruz, Rubén Costas, o crítico mais ferrenho do presidente.
UOL Celular
Morales deve ser ratificado no cargo, do mesmo modo que vários dos governadores da oposição, entre eles o de Santa Cruz, Rubén Costas, o crítico mais ferrenho do presidente.
UOL Celular
sábado, 9 de agosto de 2008
Bolívia criará estatal de cimento com apoio de Irã e Venezuela
UOL
LA PAZ (Reuters) - A Bolívia assinou neste sábado um convênio com o Irã e a Venezuela para criar uma indústria estatal de cimento, que terá no início um investimento de 230 milhões de dólares para a construção de duas fábricas no altiplano ocidental.
A criação da Empresa Pública Nacional Estratégica Cementos de Bolívia foi anunciada um dia após o governo de Evo Morales alcançar um acordo com a petrolífera anglo-holandesa Shell sobre uma "compensação justa" para a recente nacionalização.
Morales presidiu a sessão de assinatura do acordo, primeiro grande projeto no marco de um programa de cooperação de pelo menos 1 bilhão de dólares lançado pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, em visita a La Paz no ano passado.
As fábricas estatais de cimento, localizadas nos departamentos de Oruro e Potosí, produzirão em conjunto cerca de 700 mil toneladas anuais, o equivalente a 40 por cento da capacidade nacional do setor atualmente, dominado por um dos líderes da oposição conservadora, Samuel Doria Medina.
"Falei com alguns prefeitos, e eles me dizem que pela falta de cimento não concluíram obras..., que os preços subiram e essa queixa é permanente", disse Morales no evento, referindo-se à necessidade de dar impulso ao projeto.
(Reportagem de Ana María Fabbri)
REUTERS SC AAP
LA PAZ (Reuters) - A Bolívia assinou neste sábado um convênio com o Irã e a Venezuela para criar uma indústria estatal de cimento, que terá no início um investimento de 230 milhões de dólares para a construção de duas fábricas no altiplano ocidental.
A criação da Empresa Pública Nacional Estratégica Cementos de Bolívia foi anunciada um dia após o governo de Evo Morales alcançar um acordo com a petrolífera anglo-holandesa Shell sobre uma "compensação justa" para a recente nacionalização.
Morales presidiu a sessão de assinatura do acordo, primeiro grande projeto no marco de um programa de cooperação de pelo menos 1 bilhão de dólares lançado pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, em visita a La Paz no ano passado.
As fábricas estatais de cimento, localizadas nos departamentos de Oruro e Potosí, produzirão em conjunto cerca de 700 mil toneladas anuais, o equivalente a 40 por cento da capacidade nacional do setor atualmente, dominado por um dos líderes da oposição conservadora, Samuel Doria Medina.
"Falei com alguns prefeitos, e eles me dizem que pela falta de cimento não concluíram obras..., que os preços subiram e essa queixa é permanente", disse Morales no evento, referindo-se à necessidade de dar impulso ao projeto.
(Reportagem de Ana María Fabbri)
REUTERS SC AAP
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Ministro boliviano diz que país está na iminência de um golpe de estado
Da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana, denunciou hoje (7) a utilização de recursos públicos para financiar atos de violência, com o objetivo de impedir que os eleitores participem do referendo revogatório marcado para o próximo domingo (10).
Para Quintana, essa atitude é um complô não apenas contra o governo, mas contra a Constituição boliviana. As informações são da Agência Boliviana de Información (ABI), órgão oficial do governo.
Segundo o ministro, o país encontra-se no início de um “verdadeiro golpe de estado contra a ordem constitucional”. Para ele, a estratégia já não é oprimir a realização do referendo, mas derrubar o presidente da República e desequilibrar a ordem democrática.
De acordo com a ABI, as declarações foram dadas na manhã de hoje à emissora de rádio Patria Nueva. Quintana comparou o uso de recursos das prefeituras dos departamentos (estados) de Beni, Pando, Santa Cruz e Tarija para financiar a violência com os golpes de Estado registrados nos anos 80.
“Para qualquer cidadão de qualquer outro país onde se vive em democracia, o que hoje em dia estão fazendo os prefeitos não é nada mais que um ato de revolta, de desacato, de organização de forças ilegais, paramilitares, para atentar contra todas as liberdades públicas”, declarou o ministro.
O ministro também pediu que a população se mantenha mobilizada para chegar ao próximo domingo em um ambiente democrático, lembrando que o referendo é a única ferramenta democrática para resolver os conflitos do país de forma pacífica.
No dia 10 de agosto, a população boliviana participará do referendo revocatório presidencial, no qual decidirá se o presidente Evo Morales deve permanecer na chefia do governo, assim como os governadores de nove departamentos (estados).
Brasília - O ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana, denunciou hoje (7) a utilização de recursos públicos para financiar atos de violência, com o objetivo de impedir que os eleitores participem do referendo revogatório marcado para o próximo domingo (10).
Para Quintana, essa atitude é um complô não apenas contra o governo, mas contra a Constituição boliviana. As informações são da Agência Boliviana de Información (ABI), órgão oficial do governo.
Segundo o ministro, o país encontra-se no início de um “verdadeiro golpe de estado contra a ordem constitucional”. Para ele, a estratégia já não é oprimir a realização do referendo, mas derrubar o presidente da República e desequilibrar a ordem democrática.
De acordo com a ABI, as declarações foram dadas na manhã de hoje à emissora de rádio Patria Nueva. Quintana comparou o uso de recursos das prefeituras dos departamentos (estados) de Beni, Pando, Santa Cruz e Tarija para financiar a violência com os golpes de Estado registrados nos anos 80.
“Para qualquer cidadão de qualquer outro país onde se vive em democracia, o que hoje em dia estão fazendo os prefeitos não é nada mais que um ato de revolta, de desacato, de organização de forças ilegais, paramilitares, para atentar contra todas as liberdades públicas”, declarou o ministro.
O ministro também pediu que a população se mantenha mobilizada para chegar ao próximo domingo em um ambiente democrático, lembrando que o referendo é a única ferramenta democrática para resolver os conflitos do país de forma pacífica.
No dia 10 de agosto, a população boliviana participará do referendo revocatório presidencial, no qual decidirá se o presidente Evo Morales deve permanecer na chefia do governo, assim como os governadores de nove departamentos (estados).
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Morales tem apoio de 49% dos eleitores para referendo, diz pesquisa
da Efe, em La Paz
O presidente da Bolívia, Evo Morales, será ratificado com 49% de apoio no referendo revogatório de mandatos do próximo 10 de agosto, diz uma pesquisa publicada nesta segunda-feira pelo jornal "La Prensa".
O chefe de Estado alcança este apoio na primeira pesquisa publicada pela imprensa boliviana sobre o plebiscito que incluirá o vice-presidente Álvaro García Linera e oito dos nove governantes regionais do país.
O estudo indica que Morales e o vice-presidente obteriam 49% de apoio, 4,7 pontos percentuais abaixo da votação com a qual foram escolhidos em 2005 (53,7%), mas suficientes para se manterem no cargo.
Por outro lado, a favor da revogação de Morales e García Linera se pronunciaram 38% dos entrevistados, segundo uma pesquisa realizada entre 11 e 15 de julho pelo instituto Captura Consulting com 1.600 pessoas dos nove departamentos da Bolívia.
Para que o mandato de ambos seja revogado é necessário que a votação contrária seja de pelo menos 54%, segundo uma polêmica lei de convocação à consulta que a oposição qualifica de vantajosa para o líder indígena.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, será ratificado com 49% de apoio no referendo revogatório de mandatos do próximo 10 de agosto, diz uma pesquisa publicada nesta segunda-feira pelo jornal "La Prensa".
O chefe de Estado alcança este apoio na primeira pesquisa publicada pela imprensa boliviana sobre o plebiscito que incluirá o vice-presidente Álvaro García Linera e oito dos nove governantes regionais do país.
O estudo indica que Morales e o vice-presidente obteriam 49% de apoio, 4,7 pontos percentuais abaixo da votação com a qual foram escolhidos em 2005 (53,7%), mas suficientes para se manterem no cargo.
Por outro lado, a favor da revogação de Morales e García Linera se pronunciaram 38% dos entrevistados, segundo uma pesquisa realizada entre 11 e 15 de julho pelo instituto Captura Consulting com 1.600 pessoas dos nove departamentos da Bolívia.
Para que o mandato de ambos seja revogado é necessário que a votação contrária seja de pelo menos 54%, segundo uma polêmica lei de convocação à consulta que a oposição qualifica de vantajosa para o líder indígena.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
UNASUL: Lula e Chávez dão à Bolívia US$ 530 mi para construção de estradas
da Efe, em Riberalta (Bolívia)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chefe de Estado da Venezuela, Hugo Chávez, concederam nesta sexta-feira ao governante boliviano, Evo Morales, uma ajuda de US$ 530 milhões (R$ 842,4 milhões) para estradas na Amazônia e prometeram mais respaldo para desenvolver a indústria do gás no país.
Lula e Chávez assinaram os convênios em um estádio de futebol de Riberalta, situado 900 quilômetros ao nordeste de La Paz, perto da fronteira com o Brasil.
Chávez assinou um acordo para dar à Bolívia US$ 300 milhões (R$ 476,85 milhões) e Lula concederá um empréstimo de US$ 230 milhões (R$ 365,6 milhões) para a construção de uma rota que permitirá unir La Paz com a fronteira do Brasil.
Segundo o presidente venezuelano, a estrada unirá o norte tropical de La Paz, o noroeste do Brasil e a Amazônia, além de ligar vias que levam ao Orinoco venezuelano.
Energia
Lula também prometeu "aprofundar a cooperação no campo energético" com novos investimentos da Petrobras na Bolívia na exploração conjunta de poços de petróleo e em um futuro planejar a construção de uma hidroelétrica binacional.
"Também será possível realizar o sonho de construir um pólo gás-químico entre Bolívia e Brasil, o que depende só de nós, e não dos adversários nem de outros países, mas de nossa disposição e de nossa gente", disse Lula.
De sua parte, Chávez destacou os convênios que entraram em vigor esta semana na Bolívia para que a Petróleos de Venezuela S/A (PDVSA) e a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) invistam juntas US$ 883 milhões (R$ 1,4 bilhão) na prospecção e exploração de novos campos de hidrocarbonetos.
O presidente venezuelano também anunciou a decisão de criar uma usina petroquímica na Bolívia para a fabricação de plásticos, além de investir outros US$ 41 milhões (R$ 65 milhões) em processadores de alimentos para fomentar a diversificação da economia boliviana.
Referendo
Os dois governantes também respaldaram politicamente Morales, que, em pouco mais de três semanas, no dia 10 de agosto, submeterá o cargo a um referendo revogatório como uma forma de reduzir o confronto com a oposição regional e autonomista do país.
Morales agradeceu a cooperação nos projetos viários, que, disse, concretizarão a integração entre o leste e o oeste boliviano e se mostrou disposto a consolidar os outros projetos em hidrocarbonetos propostos por Lula.
"A Bolívia já criou sua empresa de industrialização, e que bom seria que a PDVSA e a Petrobras avançassem em planos conjuntos", afirmou.
Morales assegurou que, com a solidariedade de Brasil e Venezuela, esses investimentos "não ficarão apenas em discursos" e disse que sente que os três estão avançando na integração da América do Sul.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chefe de Estado da Venezuela, Hugo Chávez, concederam nesta sexta-feira ao governante boliviano, Evo Morales, uma ajuda de US$ 530 milhões (R$ 842,4 milhões) para estradas na Amazônia e prometeram mais respaldo para desenvolver a indústria do gás no país.
Lula e Chávez assinaram os convênios em um estádio de futebol de Riberalta, situado 900 quilômetros ao nordeste de La Paz, perto da fronteira com o Brasil.
Chávez assinou um acordo para dar à Bolívia US$ 300 milhões (R$ 476,85 milhões) e Lula concederá um empréstimo de US$ 230 milhões (R$ 365,6 milhões) para a construção de uma rota que permitirá unir La Paz com a fronteira do Brasil.
Segundo o presidente venezuelano, a estrada unirá o norte tropical de La Paz, o noroeste do Brasil e a Amazônia, além de ligar vias que levam ao Orinoco venezuelano.
Energia
Lula também prometeu "aprofundar a cooperação no campo energético" com novos investimentos da Petrobras na Bolívia na exploração conjunta de poços de petróleo e em um futuro planejar a construção de uma hidroelétrica binacional.
"Também será possível realizar o sonho de construir um pólo gás-químico entre Bolívia e Brasil, o que depende só de nós, e não dos adversários nem de outros países, mas de nossa disposição e de nossa gente", disse Lula.
De sua parte, Chávez destacou os convênios que entraram em vigor esta semana na Bolívia para que a Petróleos de Venezuela S/A (PDVSA) e a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) invistam juntas US$ 883 milhões (R$ 1,4 bilhão) na prospecção e exploração de novos campos de hidrocarbonetos.
O presidente venezuelano também anunciou a decisão de criar uma usina petroquímica na Bolívia para a fabricação de plásticos, além de investir outros US$ 41 milhões (R$ 65 milhões) em processadores de alimentos para fomentar a diversificação da economia boliviana.
Referendo
Os dois governantes também respaldaram politicamente Morales, que, em pouco mais de três semanas, no dia 10 de agosto, submeterá o cargo a um referendo revogatório como uma forma de reduzir o confronto com a oposição regional e autonomista do país.
Morales agradeceu a cooperação nos projetos viários, que, disse, concretizarão a integração entre o leste e o oeste boliviano e se mostrou disposto a consolidar os outros projetos em hidrocarbonetos propostos por Lula.
"A Bolívia já criou sua empresa de industrialização, e que bom seria que a PDVSA e a Petrobras avançassem em planos conjuntos", afirmou.
Morales assegurou que, com a solidariedade de Brasil e Venezuela, esses investimentos "não ficarão apenas em discursos" e disse que sente que os três estão avançando na integração da América do Sul.
O Brasil é o principal parceiro comercial da Bolívia e seu maior investidor externo
Lula se reúne com Morales em reduto da oposição na Bolívia
Da Folha
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Evo Morales, da Bolívia, reúnem-se nesta sexta-feira, na cidade boliviana de Riberalta, no norte do país, para assinatura de um acordo para a construção da rodovia Rurrenabaque-Riberalta.
A obra faz parte do projeto viário boliviano "Hacia el Norte" e terá financiamento brasileiro. A nova via garantirá acesso direto entre Porto Velho e La Paz e integra o corredor interoceânico, que ligará por terra o Brasil ao Chile e ao Peru, países banhados pelo Pacífico.
Segundo o porta-voz de Morales, Iván Canelas, o encontro contará com a presença do líder venezuelano Hugo Chávez.
No entanto, o convite de Morales a Chávez gerou polêmica na região de Riberalta. O presidente do Comitê Cívico, Mario Aguilera, chegou a dizer que o desembarque do presidente da Venezuela "não será permitido".
"Chávez foi declarado 'persona non grata' aqui e não nos responsabilizamos pelo que possa acontecer", disse Aguilera.
Em entrevista na quinta-feira, Canelas afirmou que, durante o encontro, os líderes devem assinar ainda um acordo para o "desenvolvimento e proteção" da Amazônia. Mas o porta-voz não deu maiores detalhes sobre o conteúdo do acordo.
Apoio
O encontro promete reunir seguidores de Morales de várias regiões do país, já que a oposição ao líder boliviano no local é bastante ativa.
O departamento de Beni, onde fica Riberalta, está entre os quatro dos nove departamentos do país onde, nos últimos tempos, a população votou pelo "sim" à autonomia financeira e política do governo regional em relação ao governo central.
Além de Beni, outros favoráveis à autonomia foram Santa Cruz, o maior e mais rico do país, Tarija, onde estão reservas de gás, e Pando, vizinho a Beni.
Segundo diferentes analistas, os resultados dos plebiscitos revelaram a força da oposição ao governo Morales nestes departamentos.
Em entrevista à BBC Brasil, a cientista política Ximena Costa, professora da Universidade Maior de San Andrés, disse que o encontro entre Morales, Lula e Chávez simbolizará um "apoio público" dos dois presidentes ao colega boliviano, na contagem regressiva para o "referendo revogatório", agendado para o dia 10 de agosto.
"Será um apoio, sem dúvida. Mas a situação aqui não está fácil. Além disso, existem fortes críticas às interferências de Chávez nas questões internas", disse.
O referendo perguntará aos bolivianos se estão de acordo com a permanência de Morales e de seus governadores estaduais nos cargos. Para a revogação dos mandatos, é preciso que o "não" supere a porcentagem de apoio obtida nas eleições de 2005.
Morales, por exemplo, obteve cerca de 54% dos votos no pleito. Por isso, o "não" à permanência dele no cargo precisará superar este percentual para que ele deixe o Palácio presidencial Queimado, em La Paz.
Ximena lembra que, atualmente, Morales tem 48% de apoio popular. No entanto, o apoio do eleitorado é bastante dividido - cerca de 70% vem de lugares como La Paz, mas em departamentos como Tarija, a popularidade do presidente fica em torno de 20%.
No início do mês, durante a reunião do Mercosul, na província argentina de Tucumán, o presidente Lula elogiou a gestão de Morales - primeiro indígena que chega ao poder na história da Bolívia. Na ocasião, o presidente boliviano pediu a presença de observadores dos países do Mercosul durante a votação do referendo.
Parceria
O encontro desta sexta-feira, que deve durar cerca de três horas, marca a formalização do financiamento para a construção da rodovia Rurrenabaque-Riberalta.
A obra terá extensão de 510 quilômetros e o custo total estimado pelo Palácio do Planalto é de US$230 milhões (R$367 mi).
A rodovia será ligada à ponte entre Guajará-Mirim e Guayaramerín, a ser construída pelo governo brasileiro. Dessa forma, o projeto permitirá o acesso rodoviário direto entre Porto Velho e La Paz.
As condições de financiamento da rodovia foram aprovadas pelo Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) em 3 de julho.
O Brasil é o principal parceiro comercial da Bolívia e seu maior investidor externo.
De acordo com dados do governo brasileiro, de janeiro a junho de 2008, o fluxo de comércio bilateral atingiu cerca de US$ 2 bilhões, o que representa aumento de quase 70% do valor em relação ao mesmo período de 2007.
Da Folha
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Evo Morales, da Bolívia, reúnem-se nesta sexta-feira, na cidade boliviana de Riberalta, no norte do país, para assinatura de um acordo para a construção da rodovia Rurrenabaque-Riberalta.
A obra faz parte do projeto viário boliviano "Hacia el Norte" e terá financiamento brasileiro. A nova via garantirá acesso direto entre Porto Velho e La Paz e integra o corredor interoceânico, que ligará por terra o Brasil ao Chile e ao Peru, países banhados pelo Pacífico.
Segundo o porta-voz de Morales, Iván Canelas, o encontro contará com a presença do líder venezuelano Hugo Chávez.
No entanto, o convite de Morales a Chávez gerou polêmica na região de Riberalta. O presidente do Comitê Cívico, Mario Aguilera, chegou a dizer que o desembarque do presidente da Venezuela "não será permitido".
"Chávez foi declarado 'persona non grata' aqui e não nos responsabilizamos pelo que possa acontecer", disse Aguilera.
Em entrevista na quinta-feira, Canelas afirmou que, durante o encontro, os líderes devem assinar ainda um acordo para o "desenvolvimento e proteção" da Amazônia. Mas o porta-voz não deu maiores detalhes sobre o conteúdo do acordo.
Apoio
O encontro promete reunir seguidores de Morales de várias regiões do país, já que a oposição ao líder boliviano no local é bastante ativa.
O departamento de Beni, onde fica Riberalta, está entre os quatro dos nove departamentos do país onde, nos últimos tempos, a população votou pelo "sim" à autonomia financeira e política do governo regional em relação ao governo central.
Além de Beni, outros favoráveis à autonomia foram Santa Cruz, o maior e mais rico do país, Tarija, onde estão reservas de gás, e Pando, vizinho a Beni.
Segundo diferentes analistas, os resultados dos plebiscitos revelaram a força da oposição ao governo Morales nestes departamentos.
Em entrevista à BBC Brasil, a cientista política Ximena Costa, professora da Universidade Maior de San Andrés, disse que o encontro entre Morales, Lula e Chávez simbolizará um "apoio público" dos dois presidentes ao colega boliviano, na contagem regressiva para o "referendo revogatório", agendado para o dia 10 de agosto.
"Será um apoio, sem dúvida. Mas a situação aqui não está fácil. Além disso, existem fortes críticas às interferências de Chávez nas questões internas", disse.
O referendo perguntará aos bolivianos se estão de acordo com a permanência de Morales e de seus governadores estaduais nos cargos. Para a revogação dos mandatos, é preciso que o "não" supere a porcentagem de apoio obtida nas eleições de 2005.
Morales, por exemplo, obteve cerca de 54% dos votos no pleito. Por isso, o "não" à permanência dele no cargo precisará superar este percentual para que ele deixe o Palácio presidencial Queimado, em La Paz.
Ximena lembra que, atualmente, Morales tem 48% de apoio popular. No entanto, o apoio do eleitorado é bastante dividido - cerca de 70% vem de lugares como La Paz, mas em departamentos como Tarija, a popularidade do presidente fica em torno de 20%.
No início do mês, durante a reunião do Mercosul, na província argentina de Tucumán, o presidente Lula elogiou a gestão de Morales - primeiro indígena que chega ao poder na história da Bolívia. Na ocasião, o presidente boliviano pediu a presença de observadores dos países do Mercosul durante a votação do referendo.
Parceria
O encontro desta sexta-feira, que deve durar cerca de três horas, marca a formalização do financiamento para a construção da rodovia Rurrenabaque-Riberalta.
A obra terá extensão de 510 quilômetros e o custo total estimado pelo Palácio do Planalto é de US$230 milhões (R$367 mi).
A rodovia será ligada à ponte entre Guajará-Mirim e Guayaramerín, a ser construída pelo governo brasileiro. Dessa forma, o projeto permitirá o acesso rodoviário direto entre Porto Velho e La Paz.
As condições de financiamento da rodovia foram aprovadas pelo Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) em 3 de julho.
O Brasil é o principal parceiro comercial da Bolívia e seu maior investidor externo.
De acordo com dados do governo brasileiro, de janeiro a junho de 2008, o fluxo de comércio bilateral atingiu cerca de US$ 2 bilhões, o que representa aumento de quase 70% do valor em relação ao mesmo período de 2007.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Morales ratifica compromisso boliviano com Mercosul e Unasul
TUCUMAN, Argentina, 30 Jun 2008 (AFP) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, confirmou seu compromisso para fortalecer o Mercosul e a União Sul-Americana de Nações (Unasul), ao chegar nesta segunda-feira à província argentina de Tucumán para a Cúpula do bloco.
"A cada ano que passa avança a grande integração sul-americana, do Mercosul e da Unasul", disse Morales.
O chefe de Estado ratificou seu compromisso com a integração regional e garantiu que seguirá "contribuindo com nossa vivência e experiência para fortalecer o Mercosul e a Unasul".
Uol Economia
"A cada ano que passa avança a grande integração sul-americana, do Mercosul e da Unasul", disse Morales.
O chefe de Estado ratificou seu compromisso com a integração regional e garantiu que seguirá "contribuindo com nossa vivência e experiência para fortalecer o Mercosul e a Unasul".
Uol Economia
terça-feira, 3 de junho de 2008
Evo Morales nacionaliza petroleira na Bolívia
O presidente da Bolívia, Evo Morales, nacionalizou as ações da empresa petroleira Transredes, depois de fracassadas as negociações para a compra de parte das ações. A multinacional Shell Gas e a britânica Ashmore detinham 50% das ações da Transrede, que transporta gás natural da Bolívia para o Brasil e a Argentina. Evo Morales chegou às instalações da empresa em Santa Cruz, nesta segunda-feira, acompanhado de ministros do gabinete e do alto comando militar, para decretar a nacionalização. Segundo o decreto, que implica na compra forçada das ações, o governo vai pagar US$ 48 por cada ação. Na incursão à sede da companhia, o presidente da estatal Yacimentos Petrolíferos Fiscales Bolivianos nomeou o novo presidente da Transredes e o governo garantiu a estabilidade dos funcionários.
Folha Online
Folha Online
sábado, 3 de maio de 2008
UMA VISÃO GLOBAL (SISTÊMICA) DA SITUAÇÃO POLÍTICA BOLIVIANA
03/05/2008 - 12h24
CENÁRIOS-Como pode ficar a Bolívia após referendo em Sant Cruz
SANTA CRUZ, Bolívia (Reuters) - Santa Cruz, o departamento mais rico da Bolívia, votará em referendo no domingo a aprovação de um estatuto que daria autonomia diante do governo nacional de Evo Morales.
Diversas pesquisas antecipam a vitória do "sim" ao estatuto, promovido por autoridades de ideologia conservadora, líderes cívicos e organizações empresariais da região. Os seguidores de Morales pregam o boicote à consulta.
Analistas disseram que as horas e dias que se seguirão ao referendo serão muito importantes para determinar se Morales, que classificou o estatuto como ilegal e separatista, será capaz de brecar a demanda de autonomia ou se pelo menos três outros departamentos seguirão os passos de Santa Cruz.
Esses são alguns dos cenários possíveis:
SIM/NEGOCIAÇÃO
Os eleitores de Santa Cruz votarão em peso no "sim", o que forçaria Morales a negociar maiores prerrogativas para os nove departamentos bolivianos, chegando inclusive a revisar um projeto de Constituição que pretende estender o regime de autonomia aos povos indígenas. As prerrogativas pedidas por Santa Cruz vão desde o controle da propriedade agrária até a assinatura de convênios internacionais.
Episódios de violência poderiam estourar à medida que grupos autonomistas radicais tentem tomar escritórios do governo nacional em Santa Cruz para celebrar a vitória do "sim".
Os departamentos de Tarija, Beni e Pando continuariam em frente com seus próprios projetos de autonomia.
SIM/MORALES RECUSA
No pior cenário, os habitantes de Santa Cruz votariam pelo estatuto de autonomia e Morales não aceitaria o resultado, desatando uma onda de protestos.
Os protestos começariam com a tomada de edifícios do governo nacional e seriam apoiados pelos movimentos autonomistas de outros três departamentos --Tarija, Beni e Pando--, o que deixaria Morales em posição de enfrentamento com aproximadamente a metade do território nacional.
Partidários de Morales, principalmente indígenas pobres, sairiam em defesa de seu presidente e a polícia poderia ser chamada para restabelecer a ordem.
Em tensão extrema, as regiões rebeldes tentariam a declaração de independência.
SIM/ALTA ABSTENÇÃO
Baixa participação eleitoral. A vitória do "sim" é ofuscada pela abstenção, o que leva Morales a reafirmar a sentença de que o referendo não tem legitimidade.
Os movimentos autônomos se enfraquecem e acabam vencidos pela nova Constituição patrocinada por Morales.
(Reportagem de Pav Jordan)
UOL
03/05/2008 - 12h24
CENÁRIOS-Como pode ficar a Bolívia após referendo em Sant Cruz
SANTA CRUZ, Bolívia (Reuters) - Santa Cruz, o departamento mais rico da Bolívia, votará em referendo no domingo a aprovação de um estatuto que daria autonomia diante do governo nacional de Evo Morales.
Diversas pesquisas antecipam a vitória do "sim" ao estatuto, promovido por autoridades de ideologia conservadora, líderes cívicos e organizações empresariais da região. Os seguidores de Morales pregam o boicote à consulta.
Analistas disseram que as horas e dias que se seguirão ao referendo serão muito importantes para determinar se Morales, que classificou o estatuto como ilegal e separatista, será capaz de brecar a demanda de autonomia ou se pelo menos três outros departamentos seguirão os passos de Santa Cruz.
Esses são alguns dos cenários possíveis:
SIM/NEGOCIAÇÃO
Os eleitores de Santa Cruz votarão em peso no "sim", o que forçaria Morales a negociar maiores prerrogativas para os nove departamentos bolivianos, chegando inclusive a revisar um projeto de Constituição que pretende estender o regime de autonomia aos povos indígenas. As prerrogativas pedidas por Santa Cruz vão desde o controle da propriedade agrária até a assinatura de convênios internacionais.
Episódios de violência poderiam estourar à medida que grupos autonomistas radicais tentem tomar escritórios do governo nacional em Santa Cruz para celebrar a vitória do "sim".
Os departamentos de Tarija, Beni e Pando continuariam em frente com seus próprios projetos de autonomia.
SIM/MORALES RECUSA
No pior cenário, os habitantes de Santa Cruz votariam pelo estatuto de autonomia e Morales não aceitaria o resultado, desatando uma onda de protestos.
Os protestos começariam com a tomada de edifícios do governo nacional e seriam apoiados pelos movimentos autonomistas de outros três departamentos --Tarija, Beni e Pando--, o que deixaria Morales em posição de enfrentamento com aproximadamente a metade do território nacional.
Partidários de Morales, principalmente indígenas pobres, sairiam em defesa de seu presidente e a polícia poderia ser chamada para restabelecer a ordem.
Em tensão extrema, as regiões rebeldes tentariam a declaração de independência.
SIM/ALTA ABSTENÇÃO
Baixa participação eleitoral. A vitória do "sim" é ofuscada pela abstenção, o que leva Morales a reafirmar a sentença de que o referendo não tem legitimidade.
Os movimentos autônomos se enfraquecem e acabam vencidos pela nova Constituição patrocinada por Morales.
(Reportagem de Pav Jordan)
UOL
Tensão aumenta na Bolívia em véspera de referendo
03/05/2008 - 03h00
Com arcos, flechas e paus, representantes de movimentos indígenas da Bolívia fizeram uma caminhada nesta sexta-feira pelas ruas de Santa Cruz de la Sierra, capital do departamento (Estado) de Santa Cruz, para protestar contra o projeto de autonomia que irá a referendo neste domingo. Os manifestantes, apoiadores do presidente Evo Morales, erguiam bandeiras contra a proposta de autonomia do departamento. Na passagem, moradores e comerciantes gritavam: "fora" e "autonomia sim". Segundo analistas, o episódio mostra a divisão que a Bolívia vive hoje, entre seguidores de Morales e os que defendem a autonomia política, administrativa e financeira de Santa Cruz em relação ao governo central. O clima de tensão aumentou nas últimas horas antes do referendo. Policiais e militares chegaram a Santa Cruz para reforçar a segurança durante a votação de domingo. Representantes de diferentes movimentos indígenas, como os Yapacaní, afirmaram que vão bloquear estradas de acesso ao centro de Santa Cruz de la Sierra para tentar evitar o acesso dos eleitores do "sim" às urnas. O ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, passou o dia dando entrevistas e repetindo que o referendo é "inconstitucional". "Uma coisa é a legitimidade do desejo popular de autonomia, a outra é a realização de um referendo que não tem legalidade, que é inconstitucional", disse Quintana a emissoras de TV. Paz O ministro também fez um apelo pela não violência na jornada eleitoral deste domingo: "O presidente Morales pede paz aos movimentos sociais, assim como tolerância e respeito à diversidade. Mas essa compreensão deve ser de todos os lados". Ramón Quintana disse que o governo insistirá na abertura do diálogo com os líderes políticos de Santa Cruz. Morales, por sua vez, voltou a pedir que as Forças Armadas "defendam" a democracia. Em diferentes pontos de Santa Cruz, fiéis da Igreja Católica se reuniram nesta sexta-feira, erguendo a bandeira da Bolívia e pedindo "calma" aos seguidores do "sim" e do "não" à autonomia.
Guerra na TV Ao clima de incerteza, que se intensifica a horas do pleito, soma-se ainda a exibição constante de spots televisivos da Corte Nacional Eleitoral (CNE) e da Corte Eleitoral Departamental de Santa Cruz. Em forma de comunicado, as duas cortes justificam porque rejeitam ou aprovam o referendo. "A Corte Nacional Eleitoral se baseia na Constituição e na lei de referendos em vigor no país e é a única autorizada a realizar estes pleitos. Por isso, a Corte não reconhecerá e nem respaldará um ato realizado à margem da lei", diz o informe da CNE. Já a Corte Eleitoral de Santa Cruz afirma: "A Corte Departamental se baseia na Constituição e no código eleitoral para realizar o referendo deste domingo, 4 de maio. Com a lei na mão e em apoio à democracia". Constituição Juristas se dividem entre as diferentes visões sobre o referendo. Há quem diga que Santa Cruz está realizando a vontade popular, e os que criticam a iniciativa por ser carente de legalidade. "A Bolívia chegou a um ponto em que as leis são questionadas", disse a professora de ciências políticas Ximena Costa, da Universidade Maior de San Andrés, em entrevista à BBC Brasil. "E isso se acelerou depois que foi aprovada a nova Constituição, sem a presença da oposição, no fim do ano passado", afirmou. Segundo ela, a Constituição ainda precisa ser ratificada por meio de referendo, mas a partir de então, o Oriente (os departamentos mais ricos da Bolívia, que lideram os processos de autonomias) entendeu que as "regras não estavam sendo respeitadas" e que "nem todo o país estava sendo ouvido".
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Com arcos, flechas e paus, representantes de movimentos indígenas da Bolívia fizeram uma caminhada nesta sexta-feira pelas ruas de Santa Cruz de la Sierra, capital do departamento (Estado) de Santa Cruz, para protestar contra o projeto de autonomia que irá a referendo neste domingo. Os manifestantes, apoiadores do presidente Evo Morales, erguiam bandeiras contra a proposta de autonomia do departamento. Na passagem, moradores e comerciantes gritavam: "fora" e "autonomia sim". Segundo analistas, o episódio mostra a divisão que a Bolívia vive hoje, entre seguidores de Morales e os que defendem a autonomia política, administrativa e financeira de Santa Cruz em relação ao governo central. O clima de tensão aumentou nas últimas horas antes do referendo. Policiais e militares chegaram a Santa Cruz para reforçar a segurança durante a votação de domingo. Representantes de diferentes movimentos indígenas, como os Yapacaní, afirmaram que vão bloquear estradas de acesso ao centro de Santa Cruz de la Sierra para tentar evitar o acesso dos eleitores do "sim" às urnas. O ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, passou o dia dando entrevistas e repetindo que o referendo é "inconstitucional". "Uma coisa é a legitimidade do desejo popular de autonomia, a outra é a realização de um referendo que não tem legalidade, que é inconstitucional", disse Quintana a emissoras de TV. Paz O ministro também fez um apelo pela não violência na jornada eleitoral deste domingo: "O presidente Morales pede paz aos movimentos sociais, assim como tolerância e respeito à diversidade. Mas essa compreensão deve ser de todos os lados". Ramón Quintana disse que o governo insistirá na abertura do diálogo com os líderes políticos de Santa Cruz. Morales, por sua vez, voltou a pedir que as Forças Armadas "defendam" a democracia. Em diferentes pontos de Santa Cruz, fiéis da Igreja Católica se reuniram nesta sexta-feira, erguendo a bandeira da Bolívia e pedindo "calma" aos seguidores do "sim" e do "não" à autonomia.
Guerra na TV Ao clima de incerteza, que se intensifica a horas do pleito, soma-se ainda a exibição constante de spots televisivos da Corte Nacional Eleitoral (CNE) e da Corte Eleitoral Departamental de Santa Cruz. Em forma de comunicado, as duas cortes justificam porque rejeitam ou aprovam o referendo. "A Corte Nacional Eleitoral se baseia na Constituição e na lei de referendos em vigor no país e é a única autorizada a realizar estes pleitos. Por isso, a Corte não reconhecerá e nem respaldará um ato realizado à margem da lei", diz o informe da CNE. Já a Corte Eleitoral de Santa Cruz afirma: "A Corte Departamental se baseia na Constituição e no código eleitoral para realizar o referendo deste domingo, 4 de maio. Com a lei na mão e em apoio à democracia". Constituição Juristas se dividem entre as diferentes visões sobre o referendo. Há quem diga que Santa Cruz está realizando a vontade popular, e os que criticam a iniciativa por ser carente de legalidade. "A Bolívia chegou a um ponto em que as leis são questionadas", disse a professora de ciências políticas Ximena Costa, da Universidade Maior de San Andrés, em entrevista à BBC Brasil. "E isso se acelerou depois que foi aprovada a nova Constituição, sem a presença da oposição, no fim do ano passado", afirmou. Segundo ela, a Constituição ainda precisa ser ratificada por meio de referendo, mas a partir de então, o Oriente (os departamentos mais ricos da Bolívia, que lideram os processos de autonomias) entendeu que as "regras não estavam sendo respeitadas" e que "nem todo o país estava sendo ouvido".
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