da Folha Online
O governo e a oposição autonomista da Bolívia esperam assinar amanhã, em Cochabamba, seu primeiro acordo no marco do processo de diálogo que busca a paz no país, disseram nesta quarta-feira fontes da duas partes.
Em entrevista à televisão estatal boliviana, o vice-ministro de Descentralização, Fabián Yaksic, se mostrou esperançoso que na reunião de amanhã "se alcance a assinatura de um primeiro acordo que marcará a rota crítica" do resto das negociações.
O governador do departamento opositor (Estado) de Santa Cruz, Rubén Costas, disse que os opositores estão "fazendo um esforço de responsabilidade para que se alcance de uma vez por todas a pacificação no país". Para Costas, os governadores opositores querem "um primeiro acordo com tudo o que já foi conversado".
Tanto Yaksic quanto Costas, além dos governadores regionais, se encontrarão amanhã com o presidente boliviano, Evo Morales, que retorna ao país de viajem a Nova York, onde participou da 63ª sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas.
O vice-ministro Yaksic comentou que espera que as duas comissões técnicas que continuam trabalhando terminem hoje o relatório a ser apresentado na reunião de amanhã, prevista para começar às 10h (11h de Brasília).
Para Yaksic, o objetivo das negociações é que antes de 15 de outubro estejam dadas "as melhores condições possíveis para que finalmente o Congresso aprove a lei de convocação" dos referendos para validar o projeto de Constituição proposto pelo governo.
O Executivo e os opositores, com o acompanhamento da comunidade internacional, negociam o reparte das receitas dos hidrocarbonetos entre o Estado e os departamentos, a articulação de um modelo de descentralização autônoma e o projeto de nova Constituição apoiado por Morales.
O diálogo começou na última quinta-feira para pacificar o país depois de violentos confrontos entre opositores e governistas em cinco Estados governadas por opositores a Morales terem deixado ao menos 17 mortos e dezenas de feridos.
Morales agradece Unasul
Morales agradeceu, nesta quarta-feira, aos países da Unasul o apoio dado a seu governo, após uma reunião, em Nova York, na qual um novo encontro foi agendado para dezembro e se decidiu pela instalação de uma comissão investigadora na Bolívia.
Morales disse aos jornalistas, ao final de uma reunião com vários presidentes da União Sul-Americana de Nações (Unasul), que aproveitou o encontro para "agradecer a presidentes e presidentas da América do Sul por sua participação como observadores para buscar soluções pacíficas na Bolívia".
O presidente andino comentou que a situação em seu país, onde seu governo enfrenta dura oposição, "está se resolvendo".
A presidente chilena, Michelle Bachelet, que ocupa a Presidência rotativa da Unasul, convocou a reunião. No final, Bachelet destacou que o grupo resolveu suspender um encontro previsto para outubro e adiá-lo para dezembro. Nesse mês, acontece uma cúpula do Mercosul, na Bahia.
Em separado, Bachelet e Morales afirmaram que, a partir de segunda-feira, será instalada na Bolívia uma comissão encarregada de investigar os violentos confrontos ocorridos no departamento de Pando entre grupos opositores e camponeses partidários do governo, com saldo de pelo menos 17 mortos, dia 11 de setembro.
Com Efe e France Presse
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