da Efe, em Riberalta (Bolívia)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chefe de Estado da Venezuela, Hugo Chávez, concederam nesta sexta-feira ao governante boliviano, Evo Morales, uma ajuda de US$ 530 milhões (R$ 842,4 milhões) para estradas na Amazônia e prometeram mais respaldo para desenvolver a indústria do gás no país.
Lula e Chávez assinaram os convênios em um estádio de futebol de Riberalta, situado 900 quilômetros ao nordeste de La Paz, perto da fronteira com o Brasil.
Chávez assinou um acordo para dar à Bolívia US$ 300 milhões (R$ 476,85 milhões) e Lula concederá um empréstimo de US$ 230 milhões (R$ 365,6 milhões) para a construção de uma rota que permitirá unir La Paz com a fronteira do Brasil.
Segundo o presidente venezuelano, a estrada unirá o norte tropical de La Paz, o noroeste do Brasil e a Amazônia, além de ligar vias que levam ao Orinoco venezuelano.
Energia
Lula também prometeu "aprofundar a cooperação no campo energético" com novos investimentos da Petrobras na Bolívia na exploração conjunta de poços de petróleo e em um futuro planejar a construção de uma hidroelétrica binacional.
"Também será possível realizar o sonho de construir um pólo gás-químico entre Bolívia e Brasil, o que depende só de nós, e não dos adversários nem de outros países, mas de nossa disposição e de nossa gente", disse Lula.
De sua parte, Chávez destacou os convênios que entraram em vigor esta semana na Bolívia para que a Petróleos de Venezuela S/A (PDVSA) e a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) invistam juntas US$ 883 milhões (R$ 1,4 bilhão) na prospecção e exploração de novos campos de hidrocarbonetos.
O presidente venezuelano também anunciou a decisão de criar uma usina petroquímica na Bolívia para a fabricação de plásticos, além de investir outros US$ 41 milhões (R$ 65 milhões) em processadores de alimentos para fomentar a diversificação da economia boliviana.
Referendo
Os dois governantes também respaldaram politicamente Morales, que, em pouco mais de três semanas, no dia 10 de agosto, submeterá o cargo a um referendo revogatório como uma forma de reduzir o confronto com a oposição regional e autonomista do país.
Morales agradeceu a cooperação nos projetos viários, que, disse, concretizarão a integração entre o leste e o oeste boliviano e se mostrou disposto a consolidar os outros projetos em hidrocarbonetos propostos por Lula.
"A Bolívia já criou sua empresa de industrialização, e que bom seria que a PDVSA e a Petrobras avançassem em planos conjuntos", afirmou.
Morales assegurou que, com a solidariedade de Brasil e Venezuela, esses investimentos "não ficarão apenas em discursos" e disse que sente que os três estão avançando na integração da América do Sul.
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