da France Presse
Nesta quinta-feira, os governadores de oposição se reuniram com o presidente Evo Morales em busca de uma solução para a séria crise política que se aprofundou nas últimas semanas na Bolívia.
Veja a seguir os principais pontos da discussão entre governo e oposição:
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- Impostos petroleiros: Cinco departamentos (Estados) consideram que o governo deve restituir aos nove departamentos do país o Imposto Direto dos Hidrocarburetos (IDH) confiscado por Morales para financiar a pensão dos idosos.
- Autonomias regionais: Santa Cruz, Beni, Pando, Chuquisaca e Tarija buscam a formação de governos autônomos de viés liberal que, nas atuais condições é tachado pelo governo de separatismo. Os governadores formam a principal oposição ao governante.
- Nova Constituição: Morales tenta aprovar uma nova Constituição, sua grande propaganda eleitoral, que, para os cinco governadores de oposição, favorece demais os indígenas e tem viés estatizante.
- Autoridades judiciais: Os negociadores discutirão um pacto institucional para a designação via Congresso de cargos vagos no Tribunal Constitucional e na Corte Suprema de Justiça; e para a revisão do padrão eleitoral e da designação das autoridades da Corte Nacional Eleitoral.
- Agenda de diálogo: Nesta quinta-feira se estabeleceu uma mesa de diálogo entre o governo e os governadores oposicionistas (exceto o de Pando, Leopoldo Fernández, que está preso) com uma agenda que busca criar três mesas de trabalho.
- Negociadores: O vice-presidente Alvaro García, dois ministros e dois vice-ministros representam o governo, enquanto a oposição será representada pelos governadores Rubén Costas (Santa Cruz), Mario Cossío (Tarija), Ernesto Suárez (Beni) e Savina Cuellar (Chuquisaca), com suas equipes técnicas. Também participam as autoridades de La Paz, Potosí, Cochabamba e Oruro.
- Facilitadores e testemunhas: O governo e os governadores convidaram a Igreja Católica e delegados diplomáticos da Unasul, União Européia, da OEA (Organização de Estados Americanos) e das Nações Unidas para atuarem como "facilitadores e testemunhas" do diálogo.
- Bloqueios: Camponeses leais ao presidente Morales continuam bloqueando estradas que levam até Santa Cruz de la Sierra, reclamando a desocupação de prédios públicos, tomados na semana passada por grupos civis de oposição.
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