Os principais opositores ao governo do presidente da Bolívia, Evo Morales, são da região chamada de "Meia Lua", no leste do país, e criticados por não terem discurso nacional que atraia, sobretudo, as camadas mais pobres da população, reunidas no Altiplano boliviano.
A "Meia Lua" concentra os departamentos (Estados) de Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando. Os dois principais candidatos opositores, Manfred Reys Villa, do Plano Progresso para Bolívia (PPB-CN), e Samuel Medina, da Unidade Nacional (UN), encerraram suas campanhas em Santa Cruz, produtora de gás e petróleo e bastião da oposição ao governo central.
Reys Villa Ex-prefeito e ex-governador de Cochabamba, no centro do país, Manfred Reys Villa, que foi militar, é o principal opositor de Evo neste pleito. Segundo as pesquisas de opinião, como a do instituto Equipos Mori, ele teria cerca de 20% das intenções de voto e Morales pouco mais de 50%.
Na reta final da campanha, o presidente disse que Manfred Reys seria "preso" depois da eleição por supostos atos de corrupção. Ministros da equipe de Morales disseram que o opositor teria comprado passagens para escapar do país.
"Isso não é verdade. Quero ser presidente da Bolívia e não fugir do meu país", afirmou.
Nesta sexta-feira, o ministro de Governo, Alfredo Rada, divulgou uma gravação na qual o opositor ofereceria US$ 150 mil a uma pessoa, cuja identidade não foi revelada, para conseguir votos domingo.
Reys Villa defende maior "segurança jurídica" para as empresas e um país mais "produtivo".
"Com nosso governo e não com o governo do MAS (Movimento ao Socialismo), partido de Evo, teremos um país mais prospero", disse.
Samuel Medina A bandeira da campanha do terceiro candidato nesta disputa eleitoral, Samuel Doria Medina, é a de estimular os pequenos empreendimentos. Ele também defendeu aumento da produção e exportação de alimentos.
"São quase os únicos no mundo sem agrotóxicos", disse. Doria Medina é economista e empresário e, como Reys Villa, crítico do governo Morales.
"Votem em mim e vamos deixar o governo do MAS no passado", declarou. Os dois acusaram Morales de usar a máquina pública para fazer campanha.
Nesta sexta-feira, quando a campanha já tinha, oficialmente, terminado, o presidente entregou tratores a militares, em Cochabamba, e prometeu campos de futebol para os mineiros de Potosí.
"Não estou desrespeitando as regras eleitorais. Pra mim, a campanha terminou. Estou aqui como presidente do país", disse Morales em Potosí.
Dificuldades Para o analista político José Luis Galvez, a oposição teve dificuldades para eleger seu candidato e acabou se apresentando dividida.
"Mas qualquer um que se apresentasse teria problemas (políticos). O governo Morales não deixa espaço para a oposição e dificilmente aceitará idéias diferentes às suas", disse.
Setores da oposição ganharam protagonismo na política local, defendendo a autonomia econômica de suas regiões. Foram meses de disputas e conflitos políticos e sociais.
O líder daquele movimento, o ex-prefeito de Santa Cruz, Ruben Costas, não disputa estas eleições. Para Costas e seus aliados, Morales realiza um governo "populista" e "dominado pelas orientações" do presidente Hugo Chávez, da Venezuela.
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