O tribunal Superior Eleitoral (TSE) da Bolívia confirmou nessa terça-feira o triunfo do "Não" no referendo constitucional realizado no domingo, o que impede o presidente do país, Evo Morales, a ser novamente candidato nas eleições de 2019.
O "Não" se impôs com 51,31% dos votos contra 48,69% do "Sim", com 99,49% das urnas apuradas, afirmou a presidente do TSE, Katia Uriona, em um relatório apresentado à noite.
A presidente do TSE destacou para os meios de comunicação que a instituição respondeu ao compromisso assumido e avançou "no fortalecimento da democracia" ao ratificar na verificação dos votos a decisão tomada pelos bolivianos na consulta de domingo.
"Concluímos (a apuração) com a satisfação do dever cumprido", afirmou Katia.
O triunfo apertado do "Não" sobre o "Sim" é uma rejeição à proposta do governo de modificar um artigo da Constituição para ampliar o número de mandatos presidenciais consecutivos permitidos de dois para três.
Morales e seu vice-presidente, Álvaro García Linera, pediram apoio à proposta com a intenção de concorrerem outra vez no pleito de 2019 para buscar um quarto mandato consecutivo até 2025.
Ambos governam a Bolívia desde 22 de janeiro de 2006, assumiram seu segundo mandato em 2010 e o terceiro em 2015.
A dupla presidencial pôde se apresentar ao pleito de 2014 graças a uma decisão do Tribunal Constitucional que aprovou que seu primeiro mandato (2006-2010) não conta porque o país foi refundado como Estado Plurinacional em 2009.
Até a tarde de ontem, os governantes acreditavam em uma virada do "Sim" na apuração com os votos da população camponesa e indígena e do exterior, que foram os últimos a ser computados.
Morales, cujo terceiro mandato será concluído em janeiro de 2020, antecipou há poucos dias que se o "Não" vencesse, seu partido, o Movimento Ao Socialismo (MAS), concorreria no pleito de 2019 com outros candidatos.