quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Tribunal confirma vitória do "Não" em referendo na Bolívia


O tribunal Superior Eleitoral (TSE) da Bolívia confirmou nessa terça-feira o triunfo do "Não" no referendo constitucional realizado no domingo, o que impede o presidente do país, Evo Morales, a ser novamente candidato nas eleições de 2019.

O "Não" se impôs com 51,31% dos votos contra 48,69% do "Sim", com 99,49% das urnas apuradas, afirmou a presidente do TSE, Katia Uriona, em um relatório apresentado à noite.

A presidente do TSE destacou para os meios de comunicação que a instituição respondeu ao compromisso assumido e avançou "no fortalecimento da democracia" ao ratificar na verificação dos votos a decisão tomada pelos bolivianos na consulta de domingo.

"Concluímos (a apuração) com a satisfação do dever cumprido", afirmou Katia.

O triunfo apertado do "Não" sobre o "Sim" é uma rejeição à proposta do governo de modificar um artigo da Constituição para ampliar o número de mandatos presidenciais consecutivos permitidos de dois para três.

Morales e seu vice-presidente, Álvaro García Linera, pediram apoio à proposta com a intenção de concorrerem outra vez no pleito de 2019 para buscar um quarto mandato consecutivo até 2025.

Ambos governam a Bolívia desde 22 de janeiro de 2006, assumiram seu segundo mandato em 2010 e o terceiro em 2015.

A dupla presidencial pôde se apresentar ao pleito de 2014 graças a uma decisão do Tribunal Constitucional que aprovou que seu primeiro mandato (2006-2010) não conta porque o país foi refundado como Estado Plurinacional em 2009.

Até a tarde de ontem, os governantes acreditavam em uma virada do "Sim" na apuração com os votos da população camponesa e indígena e do exterior, que foram os últimos a ser computados.

Morales, cujo terceiro mandato será concluído em janeiro de 2020, antecipou há poucos dias que se o "Não" vencesse, seu partido, o Movimento Ao Socialismo (MAS), concorreria no pleito de 2019 com outros candidatos.



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Resultado parcial indica derrota de Evo em referendo sobre 3ª reeleição

Resultado preliminar do Órgão Eleitoral Plurinacional (OEP) da Bolívia informou, nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira (22), que os bolivianos rejeitaram, em referendo popular, a reforma constitucional que permitiria ao presidente Evo Morales se candidatar a um quarto mandato (2020-2025). O referendo foi realizado neste domingo (21).
Segundo o OEP, após 96,06% de votos apurados, 63,44% dos bolivianos votaram contra a proposta. Outros 36,56% optaram pelo "Sim".
No final da noite de domingo, as primeiras pesquisas já mostravam que os bolivianos estavam rejeitando a proposta.Segundo a emissora de TV privada ATB, 52,3% dos bolivianos votaram de forma contrária à proposta de uma nova reeleição do presidente Evo Morales. Outros 47,7% se mostraram favoráveis a proposta de um novo mandato de quatro anos.
A pesquisa foi realizada pela Opsos, com base em 100% dos votos. A expectativa era de que 6,5 milhões de pessoas votassem. Já o jornal boliviano 'El Deber' diz que o Não venceu com 51%, contra 49% do Sim.
O governo boliviano, no entanto, entendia a pesquisa como empate técnico.
Esta é a primeira e mais séria derrota política do presidente boliviano, no poder desde 2006, que contava em vencer com 70% a consulta popular.
De acordo com o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), 4,85% dos votos já foram apurados. Até agoram 63,4% disseram Não à possibilidade de uma nova reeleição, enquanto 36,6% votaram no Sim.
Votação adiada
Na reta final da votação, que terminou às 16h locais (17h de Brasília), algumas seções não funcionaram de maneira adequada, provocando o protesto de eleitores, como em Santa Cruz (leste do país), onde algumas pessoas queimaram urnas e cédulas vazias.
Com isso, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) anunciou que adiou até 6 de março a votação do referendo constitucional em dois colégios eleitorais, totalizando 35 seções.